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"Empresários e líderes estão determinados a seguir o Acordo de Paris"

Rob van Leen, chefe de inovação da empresa DSM (Foto: Divulgação/DSM)

O anúncio da saída dos Estados Unidos do Acordo Climático de Paris não foi uma surpresa. Ainda assim, a decisão foi considerada um grande retrocesso para empresários e líderes globais. A reação de governos, cidades e até mesmo estados norte-americanos foi imediata. O ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, investiu o próprio dinheiro em ONGs voltadas à discussão da mudança climática; a  Califórnia reforçou que continuará seguindo o Acordo de Paris; Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, deixou de ser conselheiro do governo Trump em repúdio à decisão.

“As reações foram à altura”, afirma Rob van Leen, chefe de inovação da DSM, empresa holandesa especializada em nutrição e sustentabilidade. Após a primeira edição do Bright Minds Challenge, prêmio de inovação e energia limpa da companhia, o executivo conversou com a GALILEU sobre soluções sustentáveis e o Acordo de Paris.

O tema da edição do prêmio organizado pela DSM é energia solar e armazenamento de energia. Por que esses dois temas são tão importantes?
Queremos tentar tornar o clima bom de novo, então é importante ir da energia fóssil para a renovável. Trabalhamos com energia eólica, mas também solar e temos algumas variações: às vezes o Sol brilha e o vento sopra, às vezes não. Por isso acreditamos que há a necessidade de abordar o armazenamento dentro da solução que é a energia renovável.

Quais são as iniciativas que estão tomando para se tornarem 100% sustentáveis?
Estamos reduzindo nossa emissão de carbono – já conquistamos 40% de redução até o momento, e esperamos diminuir mais 25% no próximo ano. Para mudar o mundo, temos que começar por nós mesmos. Ainda estamos usando pouca energia renovável, somente 8%, mas acabamos de assinar alguns contratos com usinas eólicas na Holanda e nos Estados Unidos. Nossa primeira meta é que 50% a energia que utilizamos seja renovável, o que deve acontecer em menos de dez anos.

Há algumas semanas, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos se retirarão do Acordo de Paris. O que acha dessa decisão e como empresas devem agir diante desse cenário?
Foi uma decisão bastante infeliz. No entanto, as reações de empresas, cidades e governos ao redor do mundo foram à altura. As pessoas ficaram ainda mais determinadas a tomarem iniciativas após a decisão. A China, por exemplo, fez negócios com a Califórnia, que representa quase metade da economia dos Estados Unidos. Todas as grandes cidades começaram a se manifestar mais sobre a possibilidade de se tornarem 100% sustentáveis. Os empresários e líderes estão mais determinados a seguir o Acordo de Paris. Não estaremos sem o apoio dos Estados Unidos, e sim do governo federal do país – os estados e as cidades estão dispostos a se comprometer.

*A jornalista viajou a convite da DSM


 

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