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Intel é processada por fabricante brasileira que vendeu smartphones explosivos

A Intel está sendo processada pela empresa brasileira Qbex devido a um suposto defeito de fabricação em chips que superaqueciam smartphones e, em casos extremos, causavam explosões. Devido aos danos gerados pelos processadores Atom da linha SoFIA, voltados para aparelhos de baixo custo, a Qbex pede indenização de pelo menos US$ 100 milhões à Intel.

O processo corre nos Estados Unidos. Segundo a Fortune, a Qbex recebeu reclamações de 35 mil consumidores, sendo que 4 mil entraram com uma ação contra a empresa brasileira. É um número alto especialmente quando levado em conta a quantidade de aparelhos no mercado: foram vendidos 235 mil celulares da Qbex com processador Intel entre outubro de 2015 e dezembro de 2016, de acordo com o ExtremeTech.

A Qbex afirma que a empresa de processadores “foi responsável pelo design e qualidade dos produtos que seus parceiros produziam, e tinha vários supervisores técnicos trabalhando diretamente nas fábricas para garantir o cumprimento dos padrões e projetos da Intel”. Além disso, a Intel é acusada de ter conhecimento do problema do SoFIA desde outubro de 2015 e mesmo assim vender projetos defeituosos.

O SoFIA era um projeto de chips para smartphones de entrada. Eles eram vendidos na linha Atom x3, tinham especificações básicas e foram o resultado de uma parceria da Intel com empresas chinesas, como Rockchip e Spreadtrum, para tentar emplacar o x86 em aparelhos básicos. Em 2016, depois do fracasso da Intel no mercado de processadores para celulares, o SoFIA foi cancelado.

Tabela: Atom x3

As reclamações de consumidores contra a Qbex explodiram em 2016: foram 401 aparelhos retornados em abril, 915 em maio, 1.446 em junho, 9.090 (!) em julho e 5.962 em agosto daquele ano. Análises da Qbex mostraram que a culpa dos smartphones “esquentarem, pegarem fogo e às vezes explodirem” era da Intel, mas a empresa brasileira não conseguiu identificar exatamente a origem do problema.

Procurada pelo Tecnoblog, a Intel Brasil repetiu o posicionamento da matriz americana, afirmando que vai “investigar minuciosamente as alegações da Qbex”, mas que não possui evidências de que os problemas de superaquecimento nos smartphones da fabricante brasileira foram causados pelo SoFIA. Tentamos contato com a Qbex, que não nos respondeu até a publicação desta matéria.

O Tecnoblog apurou ainda que os smartphones com risco de explosão continuam sendo vendidos no Brasil. O Qbex X-Gold, disponível por R$ 218 em um varejista brasileiro, tem processador dual-core Intel Atom X3 SoFIA. Entre as avaliações dos consumidores havia comentários como “esquenta, trava, desliga sozinho, uma porcaria”; “levei na assistência, após um mês a bateria queimou”; e “esquenta muito quando estou falando ou navegando na internet”.

Intel é processada por fabricante brasileira que vendeu smartphones explosivos

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