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Mukbang: a moda dos vídeos de pessoas comendo (muita) comida

 (Foto: YouTube/Yuka Kinoshita)

 

Se você já conheceu e achou os vídeos de orgasmos mentais — os chamados ASMR — estranhos, é porque ainda não viu nada. Uma nova moda digital começou a se alastrar pela Coreia do Sul e já chegou ao restante do mundo. A ideia agora é simplesmente assistir a pessoas comuns... comendo.

Os vídeos receberam o nome de mukbang, uma mistura de duas palavras que querem dizer "comer" e "transmitir" em coreano. Tudo começou quando algumas pessoas resolveram filmar suas refeições ao vivo.

Apesar de estranha, a prática caiu no gosto popular no país. Segundo informações do site Hypeness, dez mil pessoas chegam a acompanhar cada transmissão.

 (Foto: YouTube/Yuka Kinoshita)

 

Além de comer demais, os apresentadores ganham muito dinheiro com isso. Lee Chang-hyun, um garoto de 14 anos que mora em Seul, chega a passar duas horas se empanturrando em frente às câmeras e chega a ganhar US$ 1.500 dólares por programa. Os telespectadores podem doar dinheiro ao dar boas avaliações para o vídeo.

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Com a prática ficando cada vez mais popular, a moda começou a invadir o YouTube. Alguns dos maiores canais coreanos do ramo são BG Shoogi, com mais de 500 mil assinantes e BJ Benzz, com mais de 1,5 milhões.

Os mais impressionantes porém, são aqueles que envolvem grandes quantidades de comida sendo engolidas em tempo surpreendente. Uma das mais famosas youtubers japonesas da área é Yuka Kinoshita, que possui três milhões de seguidores.

A garota, que parece minúscula em seus vídeos, já chegou a engolir quase dez mil calorias de uma só vez. Ela se alimenta de hambúrgueres, frangos fritos e todo tipo de macarrão, entre outros alimentos.

Nos Estados Unidos, um dos canais mais populares com conteúdo parecido é o blndsundoll4mj, pertencente à youtuber Trisha Paytas. A americana já possui 2,7 milhões de assinantes por lá. Suas postagens mais populares até o momento são dedicados à sexualidade e à sua antiga vida de stripper. Um dos mais memoráveis mostra ela passando cem camadas de lubrificante no rosto.

No entanto, os vídeos em que ela passa 20 minutos engolindo macarrão e outro em que tenta ingerir dez mil calorias possuem, juntos, mais de 4,5 milhões de visualizações.

Outro youtuber dos EUA dedicado à prática do mukbang é Erik The Eletrick. O rapaz produz vídeos em que já tentou comer de uma só vez 60 mil calorias, por exemplo. O vlogger contou ao Metro, do Reino Unido, que a atividade ajuda ele e seus fãs a lidarem melhor com suas dificuldades em relação à comida.

"Já recebi inúmeros e-mails ao longo dos anos de telespectadores e inscritos me dizendo que meus vídeos os ajudaram a perceber que um dia ou algumas horas de comilança não é o suficiente para torná-los 'gordos' ou obesos e que está tudo bem se permitir esse tipo de coisa de vez em quando", explicou ele à reportagem do site.

Apesar de a prática ter se popularizado e de alguns youtubers afirmarem que o mukbang ajuda seus fãs a lidarem melhor com possíveis distúrbios alimentares, não é isso que os especialistas aconselham.

Richard Sly é terapeuta da ONG britânica Beat, especializada nesse tipo de problema, e, para ele, assistir a esse tipo de conteúdo pode ser um gatilho para quem está desenvolvendo um distúrbio alimentar, já que o consumo compulsivo de comida é um dos principais sintomas de distúrbios como a bulimia.

Por isso, se for entrar na onda, certifique-se de que não está vendo os vídeos para substituir nenhuma refeição real. Apesar de até poder ser engraçado ver pessoas comendo quantidades absurdas, para além da tela, nada substitui a boa e velha alimentação balanceada.

 

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