Ads Top

Que pena: o tiranossauro rex, afinal, não era coberto de penas

Se você não acompanhou o noticiário sobre dinossauros da década de 1990 para cá, a SUPER resume para você. Há 27 anos, uma bola de neve de artigos científicos baseados em fósseis chineses comprovou que, do ponto de vista evolutivo, os répteis pré-históricos são parentes (muito) próximos dos pássaros contemporâneos.

Adeus bom-senso: a descoberta deixou as imaginações de cientistas e leigos um pouco férteis demais, e logo o terrível tiranossauro-rex aparecia coberto de penas, como uma imensa galinha, em jornais e revistas do mundo todo. Você pode acompanhar a lista de semelhanças entre um frango de padaria e o carnívoro de braços curtos favorito de Steven Spielberg em uma matéria feita pela SUPER em 2012.

De lá para cá, novas pesquisas passaram a ponderar o que é verdade e o que é exagero nessas afirmações, e um golpe de realidade especialmente triste saiu ontem no periódico Biology Letters: talvez (mas só talvez!) os tiranossauros e seus parentes cruéis não tenham sido cobertos de penas. Segundo a nova hipótese, no máximo uma pequena área de suas costas teria matéria prima para um cocar jurássico.

Para chegar à conclusão estraga-prazeres, a equipe de Phil Bell, da Universidade da Nova Inglaterra (UNE), na Austrália, analisou as marcas fossilizadas que a pele de um tiranossauro rex deixou em uma amostra de rocha encontrada em Montana, nos EUA – e as usou para criar um banco de dados comparativos sobre dinossauros carnívoros do final do período Cretáceo (entre 145 milhões a 66 milhões de anos atrás) que também inclui o Daspletosaurus, o Tarbosaurus e, pela primeira vez, o Albertosaurus e o Gorgosaurus. 

Eles são todos terópodas, o grupo de dinossauros bípedes saurísquios que está mais próximo do pássaros na árvore da evolução (entenda melhora classificação confusa em outra matéria da SUPER). Em outras palavras, estão entre os maiores candidatos a possuir penas.

Veja também

Mas ficou só na promessa: sob análise, a pele do tiranossauro não tinha nada nem parecido com a de um galináceo. O contorno geométrico das escamas rígidas, separadas por veios como a superfície de uma folha de árvore, ficou bem claro. Os seus quatro amigos, companheiros de anatomia e período geológico, também não eram felpudos. Abdômen, cauda e pescoço eram todos grossos e cascudos, típicos de répteis. A única parte do corpo que deixou margem para dúvidas foram as costas – em princípio, nada depõe contra a presença de algumas penas primitivas por ali.

Se você ficou triste, não se preocupe: ainda há muitas características que os pássaros atuais devem aos dinossauros (pelo menos até segunda ordem). Uma delas é o pescoço longo, em forma de “S”, de flamingos e cisnes. Outra são os ossos ocos, que dão aos animais, vivos ou extintos, a leveza necessária para correr ou voar.

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.