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10 maneiras de mudar o rumo da história

 (Foto: Thinkstock)

 

Os seres humanos estão em guerra. Nunca houve tantos refugiados na história do mundo. Dados divulgados pela ONU em junho deste ano mostram que, a cada três segundos, uma pessoa deixa a sua casa por causa de conflitos. Já são 75,6 milhões fugindo de guerra, violência ou perseguição.

Além dos conflitos armados, o conservadorismo também tem ganhado espaço na política mundial. “A eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, é o limite de alcance da bolha conservadora liderada pelo Tea Party, Alt-Right e direita religiosa”, afirma Bruno Lima Rocha, cientista político e professor de Relações Internacionais da Unisinos.

E a Europa ruma pelo mesmo caminho, dando cada vez mais espaço ao chamado populismo de direita, que tem um discurso nacionalista e conservador, defendendo o fechamento de fronteiras, o desmonte de acordos comerciais internacionais e, muitas vezes, propagando a xenofobia e o preconceito.

Todos querem ter razão
Não podemos nos esquecer também das nossas guerras cotidianas, dos embates nas redes sociais, do desrespeito às opiniões divergentes e da falta de empatia, que cada vez ganham mais força no nosso dia a dia. Mas, afinal, por que os seres humanos não se entendem?

Para o professor de filosofia da Unisinos, Clóvis Gedrat, a explicação pode estar na percepção individual do mundo. “Cada pessoa percebe e interpreta o mundo de sua maneira própria, subjetivamente, e pensa que seu modo de compreender as coisas é o correto. E, exatamente nesse ponto, surgem as primeiras divergências sobre o que se entende e se sabe. Mas isso não é ruim. O problema começa quando não existe diálogo. É aí que surge a falta de respeito ou de interesse pelo que o outro tem a dizer. E, num estágio mais avançado de incompreensão e desentendimento, a falta de diálogo demonstra que uma pessoa acredita que possa impor sua visão de mundo, ou sua verdade sobre a outra, inclusive utilizando a violência”, afirma.

Para o professor, a intolerância sempre está ligada a uma atitude de prepotência e não à capacidade de escutar o que o outro tem a dizer. “Não concordar com alguém faz parte da nossa vida de diálogo e ajuda a nos desenvolvermos como pessoas. Mas não aceitar que outro pense de modo diverso do nosso é prepotência e leva à violência gratuita e nada civilizada”, lamenta.

Se nosso momento atual já está tão caótico, com tantas guerras – armadas ou não –, o futuro que nos espera não é muito promissor. E é por isso mesmo que precisamos agir para transformar essa realidade. Confira, a seguir, as dez maneiras de mudar o rumo da história e faça a sua parte.

1- Promova o debate
A troca de ideias e de informações de forma saudável, respeitando a opinião do outro e, mais importante, estando aberto para aprender e, se for o caso, mudar a visão de mundo, é o que promove grandes mudanças. “Se nossa atitude for hermenêutica – ou seja, de buscar interpretar e entender as ideias do outro –  e aberta ao diálogo, vamos ter muito mais proveito na vida para a construção da paz”, afirma Clóvis Gedrat. “Por isso, quando acordos de paz e de cooperação entre as nações são propostos, sempre está incluída uma ‘rodada de conversações’. Se olharmos com atenção, o que se faz neste momento é ensinar os grupos armados a ouvir o que o outro tem a dizer e interpretar as coisas sob uma óptica diversa da intolerância.” Se o diálogo é capaz de terminar guerras, imagine o que não pode fazer com o nosso cotidiano.

2- Não propague inverdades
Na era cibernética, o cuidado com o que compartilhamos nas redes é fundamental para não colaborarmos com a propagação de notícias falsas que possam prejudicar pessoas ou até nações, uma vez que, atualmente, tudo tem alcance global. “Não se pode abrir mão do pensamento crítico. Mesmo que seja no perfil pessoal de alguém, é relevante não espalhar impressões ou fatos que não possam ser validados. É atributo de cada cidadão formar opinião e não reproduzir preconceitos”, afirma Bruno Lima Rocha. “Precisamos estar atentos para o que é dito e para a forma como é dito, para não sermos ingênuos disseminadores de inverdades ou, pior, disseminarmos inverdades com propósitos maléficos e destrutivos”, acrescenta Gedrat.

 (Foto: Thinkstock)

 

3- Promova o sincretismo religioso
Radicalismo nunca é bom, e isso vale também para a religião. Desde as Cruzadas até os conflitos do mundo árabe atual, o extremismo religioso se mostra sem sentido e muito perigoso. Religião é crença, cada um tem a sua, e o respeito deve imperar. Sejam quais forem os dogmas, o mais importante é nunca julgar a crença alheia. Em vez disso, que tal buscar conhecer as outras religiões e entendê-las?

4- Exercite a empatia
Colocar-se no lugar do outro. Se todo ser humano buscasse perceber o mundo pela visão do outro e entender os motivos pelos quais ele age de determinada maneira, a vida seria muito mais fácil e harmoniosa. Talvez não exista poder transformador maior do que a empatia, porque por meio dela podemos compreender efetivamente os outros seres humanos, julgar menos e conviver melhor.

5- Pense além da sua realidade
Grande parte das discussões se dá porque o que é importante para uma pessoa não é para outra. Se tenho carro, não quero ciclovias. Se sou heterossexual e cis, acho uma bobagem a luta LGBT. Se sou homem, acho que o feminismo é frescura. Acontece que o mundo não gira em torno do umbigo de quem quer que seja e é primordial ter em mente que cada ser humano vivo neste planeta tem uma realidade, uma história de vida, vontades e restrições únicas e diferentes. “É sobre alteridade. Uma sociedade não solidária é feita de predadores. Ser altruísta é algo cotidiano, é uma carga de valores e atitudes de engajamento, para além da opinião individual”, afirma Rocha.

6- Envolva-se com sua comunidade
Sim, o governo tem a responsabilidade de prover os direitos básicos à população, mas nós, como cidadãos, também temos a obrigação de promover um ambiente harmonioso e saudável na nossa comunidade. E isso só é possível se colocarmos em prática o espírito colaborativo, nos envolvendo nas questões do prédio, da rua, do bairro, da cidade. Fazer da comunidade uma extensão da nossa família é um bom caminho para reduzir conflitos e diminuir o estresse.

7- Ocupe a cidade
Vivemos em tempos violentos e o caminho mais fácil é a gente se fechar cada vez mais em casa, em carros blindados, no nosso mundinho seguro. Mas, quanto mais a gente se isola, menos segura fica a cidade, menor a possibilidade de entender seus problemas, de fazer a nossa parte para melhorá-la e ajudar os cidadãos que vivem nela. Por isso, é fundamental ocupar os espaços públicos, como ruas, praças e parques. Utilizar o transporte coletivo, andar a pé, viver e respirar a cidade. Ruas desocupadas dão espaço ao vandalismo e à violência, mas, quando são tomadas pelas pessoas, tornam-se mais limpas e seguras.

Cidades onde há ciclistas nas ruas e pessoas nas calçadas são mais seguras (Foto: Thinkstock)

 

8- Crie ou participe de grupos de apoio
Com as redes sociais, ficou mais fácil reunir pessoas com realidades totalmente diferentes, mas com um mesmo objetivo ou necessidade. Todo mundo precisa de ajuda em algum momento e tem também conhecimento e vivência para ajudar outras pessoas em determinada situação. Construir ou fazer parte de uma rede de apoio, seja virtual, seja real, é um caminho interessante e eficaz para compartilhar problemas, encontrar soluções e colocá-las em prática.

9- Não desperdice
Não é papo de ambientalista! Os recursos naturais são a causa de muitos conflitos pelo mundo e é nossa responsabilidade preservá-los. “O desperdício só acontece quando não valorizamos o que temos. Se desperdiçamos água, alimento, ou recursos naturais, na verdade estamos desperdiçando a vida. E se não damos valor à vida, à nossa ou às outras do planeta, demonstramos que não temos responsabilidade, e isso não é próprio de um ser humano que se constitui pessoa”, ressalta Gedrat.

Valorizar os recursos naturais é um dos caminhos para um futuro de paz (Foto: Thinkstock)

 

10- Lute pelo que você acredita
Não perder a esperança é um grande trunfo para transformar realidades. “Acreditar em algo é o que nos impulsiona a seguir corajosos e determinados em nossa vida. Lutar pelo que acreditamos não inclui violência contra pessoas, mas sim lutarmos pela verdade na qual acreditamos e que nos dá esperança de que o futuro será melhor”, afirma Gedrat. Por mais difícil que isso seja no momento atual, as grandes transformações só acontecem com perseverança na busca de um ideal. E desistir não é uma opção.

A luta pelos seus ideais pode ser a melhor bússola para o crescimento individual e coletivo (Foto: Thinkstock)

 

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