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A pré-história de Game of Thrones

Ascenção e perdição de Valíria

No mundo de Game of Thrones, quem muito quer nada tem.

Houve um tempo em que a maior potência comercial e bélica de Essos era a Velha Ghis, uma cidade construída com a escravidão. Mas, perto dali, numa cadeia de montanhas vulcânicas chamadas Catorze Chamas, viviam os valirianos, que aprenderam a domar dragões. Não é preciso muita imaginação para saber o que aconteceu depois. Os valirianos, de cabelos prateados, travaram cinco guerras contra os guiscaris pelo poder. A última foi definitiva – até o idioma da Velha Ghis desapareceu. Mas Valíria não estava satisfeita. O império se expandiu para outras regiões do continente e dizimou outros povos, como os roinares. Outra parte atravessou o Mar Estreito rumo a Dorne, sob o comando da guerreira Nymeria. Mas Valíria estava perto do abismo. Quando o império chegou ao seu auge, as Catorze Chamas entraram em erupção ao mesmo tempo e tanto os dragões quanto os seus senhores pereceram. Dizem os meistres que a destruição dos valirianos veio por castigo do destino porque eles eram gananciosos e não viam problemas em casamentos incestuosos. Há também quem diga que a perdição aconteceu graças à maldição rogada por um líder roinar que morreu na mão dos valirianos. Hoje, a península onde ficavam os vulcões é um lugar mal-assombrado. E o sangue valiriano só continou a existir graças a alguns senhores de dragões que escaparam de lá antes da perdição. É o caso de Aegon Targaryen, que se tornou o primeiro e lendário rei da dinastia em Westeros.

A rebelião de Robert

Como a guerra do usurpador definiu o início da história contada nos livros e na série.

Jaime Lannister quebra seu juramento e mata o rei Aerys II (Indio Sam/Jean Michel Trauscht/Superinteressante)

O rei Aerys II até que não era dos piores Targaryen. Mas, certa vez, foi sequestrado pelo lorde Denys Darklyn, que não queria pagar impostos, e foi mantido em cativeiro por meses. Depois que Barristan Selmy, líder da Guarda Real, libertou o rei e todos os Darklyn foram mortos, Aerys nunca mais foi o mesmo. Ele ficou conhecido como Rei Louco e deixou muita gente insatisfeita nos Sete Reinos. Quando seu filho Rhaegar Targaryen sumiu com Lyanna Stark (ninguém sabe se foi uma fuga de amantes ou um sequestro), o irmão da moça, Brandon Stark, desafiou o rei e ameaçou matá-lo. Em troca, Aerys mandou assassinar Brandon, seu pai, Rickard, e outros senhores do Norte e do Vale. Foi a gota d¿água. Robert Baratheon, que ia se casar com Lyanna, se uniu a Ned Stark e Jon Arryn numa cruzada contra o Rei Louco.

Foram várias batalhas históricas. Em Vaufreixo, Mace Tyrell e Randyll Tarly venceram as tropas de Robert. Já no Tridente, Robert e Rhaegar se enfrentaram corpo a corpo, e o príncipe morreu. A decisão do conflito veio no Saque de Porto Real, um ano depois, com a entrada dos Lannister na jogada. Jaime, que era da guarda real, traiu os votos de proteger o rei e assassinou. E Tywin, muito esperto, sabia que a guerra estava praticamente perdida para os Baratheon. Ele mandou assassinar Elia Martell, esposa de Rhaegar, e seu filho, herdeiro do trono. Com o exílio dos outros filhos de Aerys (Daenerys e Viserys), não sobrava ninguém na linha de sucessão Targaryen. Robert Baratheon, descendente dos valirianos, foi coroado rei. E sua esposa, Cersei Lannister, rainha.

A revolta da Fé Militante

Foram necessários três reis para conter um exército de religiosos.

Antes da Conquista de Aegon, a Fé dos Sete – equivalente ao Vaticano, no mundo real, para a religião dos Sete Deuses – já tinha dois braços armados: os Filhos do Guerreiro, grupo formado por cavaleiros que abriram mão da fortuna, e os Pobres Irmãos, que eram como andarilhos que escoltavam viajantes de septo em septo. Num ato político, o Conquistador fez várias concessões à Fé e até mandou erguer templos em nome dos Sete Deuses. Quando Aegon morreu, a Fé não concordou que seu sucessor fosse Aenys, já que ele era filho de um homem com sua irmã. Revoltados, os religiosos se rebelaram.

Mas o conflito só esquentou mesmo no reinado seguinte, quando Maegor, oCruel, estava no poder. O Targaryen dizimou os soldados da Fé. Dizem quemilhares de religiosos morreram no período. A luta só chegou ao fim quando o próximo rei, Jaeherys, o Conciliador, fez um novo acordo com a Fé. Por causa do episódio, os reis seguintes aprenderam a nunca mais bater de frente com a Fé dos Sete – e nem dar-lhes poder demais. Talvez Cersei Lannister devesse ter lido mais livros de história.

 

A Dança dos Dragões

Ninguém pode com os senhores de dragões. Mas e quando um Targaryen enfrenta outro Targaryen?

Muito antes dos dragões de Daenerys, foi a Conquista de Aegon dos Sete Reinos que marcou o início da história moderna de Westeros. Por três séculos, os Targaryen ocupariam o Trono de Ferro. Mas, no 129º ano depois da conquista, uma guerra interna abalou os valirianos. Tudo começou com a rivalidade entre dois irmãos, o rei Viserys I e o ousado cavaleiro Daemon Targaryen. Daemon acreditava ser o próximo na linhagem, já que Viserys só tinha uma filha, e mulheres não ocupam o trono na tradição valiriana. Mas a princesa Rhaenyra era muito querida, e seu pai estava decidido a torná-la sucessora. Foi aí que Otto Hightower, Mão do Rei e inimigo de Daemon, convenceu Viserys a se casar novamente com uma moça chamada Alicent. Ocasal logo teve um filho, que foi chamado de Aegon.

Com o passar do tempo, a opinião do reino em relação à sucessão se dividiu. Uns achavam que o trono deveria ser de Rhaenyra. Outros eram do time do príncipe Aegon e de sua mãe, a rainha Alicent. Quando o marido de Rhaenyra morreu, ela se casou com o tio Daemon e teve com ele um filho, que chamou de… Aegon! Para Alicent, isso foi uma afronta. Mas a coisa só explodiu mesmo depois que o rei Viserys morreu. Pela lei, quem assumiu foi o filho do rei e da rainha Alicent. Mas Rhaneyra não deixou barato e foi para a guerra. O conflito, cheio de mortes e dragões, durou dois anos. Foi o rei Aegon II, omais velho, que venceu. Para tripudiar, ele serviu Rhaenyra como refeição para um dragão na frente do filho dela, o Aegon mais jovem. Dias depois, orei morreu envenenado. Finalmente, o sobrinho ocupou seu lugar e tornou-se Aegon III, aos 11 anos.

A rebelião Blackfyre

A revolta do bastardo que sacudiu o reinado dos dragões.

Daemon Blackfyre, o bastardo rebelde (Indio Sam/Jean Michel Trauscht/Superinteressante)

No final do segundo século depois da Conquista, quem reinava era Aegon IV, o Indigno. Ele era casado com a irmã Naerys e tinha um filho, Daeron. Mas Aegon sempre desconfiou que Daeron era, na verdade, filho de seu outro irmão, o talentoso cavaleiro Aemon (pois é, esses Targaryen…). Então o rei presenteou um de seus filhos bastardos, Daemon, com a espada lendária Blackfyre. Pegou mal, é claro. Até porque Daemon só era bastardo em teoria. Na prática, também era puro-sangue, fruto de um caso do rei Aegon IV com a prima Daena.

Quando Aegon IV morreu, em 184, Daeron o sucedeu. Ele era um intelectual e não dava tanta importância à guerra. Seu casamento com Myriah Martell também não agradava a corte. Assim, quando seu irmão ilegítimo, que agora se chamava Daemon Blackfyre, reivindicou o trono, muita gente o apoiou. Inclusive dois outros bastardos do falecido rei: Aegor Rivers (Açamargo) e Brynden Rivers (Corvo de Sangue). Muitas batalhas sangrentas depois, Daemon Blackfyre morreu, e a rebelião chegou ao fim.

Mas essa não foi a última vez que a dinastia Targaryen foi ameaçada pela Casa Blackfyre, o clã inaugurado por Daemon e perpetuado por seus nove filhos. Foram quatro rebeliões e uma guerra, todas perdidas para os Targaryen legítimos. Mas ainda se ouve falar dessa família de rebeldes. Uma das principais teorias sobre o futuro da história tem a ver com eles.

 

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