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Criança com HIV consegue controlar vírus sem remédio

 (Foto: Domínio Público/ Pixabay)

 

Uma criança sul-africana que vive com HIV está há 9 anos com o vírus indetectável (quando o nível do vírus no sangue é muito baixo), mesmo sem fazer o tratamento diário regular. O caso foi divulgado na 9ª Conferência Internacional de Aids, em Paris.

A criança, que teve o vírus transmitido pela mãe ao nascer (o que chamam de transmissão vertical), foi diagnosticada quando tinha 1 mês de idade e começou o tratamento com antirretrovirais imediatamente, durante 40 semanas. Depois disso, ela passou a ser monitorada sem o uso dos medicamentos.

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“Pelo nosso conhecimento, esse foi o primeiro caso reportado do tipo”, afirmou à CNN a médica Avy Violari, da Universidade Witwatersrand (África do Sul), que apresentou a pesquisa na conferência. O jovem faz parte do estudo conhecido como Crianças com HIV em Terapia Antirretroviral Precoce (CHER, na sigla em inglês), que analisou mais de 370 crianças, entre 2005 e 2011.

Apesar de ser um caso extremamente raro, não se trata de uma cura efetiva. O vírus do HIV cria reservatórios que, mesmo sem ser detectáveis, podem se manifestar depois de anos. As pesquisas de cura mais avançadas consistem em conseguir identificar esses reservatórios e eliminá-los.

Ainda assim, o caso pode oferecer pistas para que pesquisadores se aprofundem nos estudos do tratamento. Os últimos avanços médicos incluem ratos que conseguiram ter o HIV eliminado do organismo pela primeira vez e a constatação de que jovens que começaram o tratamento até 2008 já possuem expectativa de vida praticamente igual a de quem não tem o vírus.

Além disso, desde 2008, estudos como o PARTNER e o HTPN 052, comprovam que quem vive com o vírus e faz a terapia antirretroviral não transmite o vírus (é isso mesmo!). Por isso, fazer o teste regularmente e começar o tratamento cedo também é uma forma de prevenção ao HIV.

Apesar de Cuba ter sido o único país que conseguiu cumprir a meta da Organização Mundial da Saúde de zerar as transmissões do HIV entre mães e filhos, os números de casos do tipo caíram no mundo.

Segundo relatório do UNAIDS — o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids, que tem como meta acabar com a epidemia da aids até 2030 —, em 2016, cerca de 76% das mulheres grávidas que vivem com HIV tiveram acesso ao tratamento, contra 47% em 2010. Além disso, globalmente, novas infecções em crianças diminuíram quase pela metade, passando de 300 mil, em 2010, para 160 mil, em 2016.

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