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Nebulosa de Órion contém três gerações de estrelas-bebê

Diferentes gerações de estrelas jovens são retratadas em diferentes cores: as azuis são as mais velhas, as verdes são intermediárias e as vermelhas são as mais novas. Todas se formaram nos últimos três milhões de anos (Foto: ESO/G. Beccari)

Provavelmente você já observou as Três Marias no céu estrelado, certo? O que nem todo mundo sabe, contudo, é que uma das mais deslumbrantes nebulosas visíveis da Terra fica logo ali, oculta, pouco abaixo do famoso trio. É a Nebulosa de Órion, um dos berçários estelares mais próximos de nós, a 1350 anos-luz. Uma nova imagem em alta resolução dessa maternidade cósmica revelou uma surpresa: as estrelas-bebê que engatinham por ali não nasceram todas de uma vez, mas sim ao longo de três ninhadas diferentes.

“É um resultado importante, pode significar que nossa compreensão sobre como as estrelas nascem em aglomerados deva ser modificada”, disse em comunicado Monika Petr-Gotzens, coautora do estudo que será publicado no periódico Astronomy & Astrophysics. A equipe de astrônomos europeus analisou a foto tirada pela OmegaCAM, que fica acoplada ao VLT, maior telescópio em operação do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile.

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A qualidade incomparável da imagem permitiu que os pesquisadores medissem com precisão o brilho e a cor de todas as estrelas dentro do aglomerado da Nebulosa de Órion. Com isso, conseguiram determinar a massa e a idade de cada uma, as quais quando comparadas ao Sol são verdadeiros bebês: enquanto nossa estrela tem 4,6 bilhões de anos, as mais novas possuem alguns milhares e, as mais velhas, poucos milhões de anos.

Os resultados contrariaram o conhecimento sobre a formação de estrelas que se tinha até então: aparentemente, elas não se formam ao mesmo tempo, mas aos poucos. Neste caso, três “safras” diferentes foram produzidas em um período curto de tempo — menos de três milhões de anos, gerando três gerações estelares distintas. “Olhando para os dados pela primeira vez foi um daqueles momentos ‘Uou!’ que acontecem apenas uma ou duas vezes na vida de um astrônomo”, disse Giacomo Beccari, autor principal do artigo.

 

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