O que os reviews dizem sobre o Intel Core i9
A Intel revelou a linha Core i9 no final de maio. Alguns dias depois, veículos especializados já estavam testando um dos cinco modelos anunciados: o Core i9-7900X, processador com 10 núcleos e preço oficial de US$ 999. O valor, por si só, já indica que o chip não tem medo de trabalho pesado. Será mesmo? Vejamos o que dizem Tom’s Hardware, AnandTech e Ars Technica.
Tom’s Hardware: esperamos mais desempenho
Além de 10 núcleos, o Core i9–7900X tem 20 threads, frequência de 3,3 GHz e TDP de 140 W. A arquitetura implementada é a Skylake-X, como o nome indica, uma atualização da plataforma Skylake que traz mais desempenho. Como tal, os processadores Core i9 são voltados para aplicações exigentes, tais como jogos pesados e edição de vídeo.
Nos testes do Tom’s Hardware, o Core i9–7900X se comportou bem, apresentando desempenho digno de um processador topo de linha. Mas algumas inconsistências foram notadas. O veículo constatou que, em determinadas tarefas, chips da família Broadwell-E (também de alto desempenho, mas de geração anterior) se saíram melhor.
Questionada sobre isso, a Intel explicou que os processadores Skylake-X são baseados em uma topologia do tipo mesh (malha) em que há linhas e colunas de interconexões entre núcleos, cache e controladores. Já o Broadwell-E é baseado em uma arquitetura em “anel”.
Essa nova implementação requer tempo para ser otimizada e funcionar com plenitude em todos os cenários. O Tom’s Hardware concorda com essa argumentação, sinalizando inclusive que os chips AMD Ryzen também tiveram inconsistências de desempenho logo após o lançamento, mas um fluxo constante de atualizações de firmwares e softwares vem corrigindo os problemas.
O veículo espera que o Core i9–7900X passe pelo mesmo processo de aprimoramento, tal como a Intel prometeu. Mas, por ora, os entusiastas que adquirirem o chip esperando obter o máximo de desempenho não vão estar fazendo um bom negócio. Para o Tom’s Hardware, o Core i9–7900X é potente e dá conta de tarefas exigentes, mas ainda não oferece o seu máximo.
AnandTech: jogador, espere a plataforma amadurecer
O AnandTech chama atenção para o fato de a Intel ter implementado características técnicas marcantes. Além da topologia mesh, o cache L2 tem agora 1 MB (contra 256 KB das gerações Broadwell-E e Skylake) e uma latência ajustada para estabilizar o fluxo de dados em cada núcleo, só para dar um exemplo.
Outro recurso destacado é o conjunto de instruções AVX-512, capaz de otimizar o desempenho do processador em operações de ponto flutuante. É algo bem-vindo, mas o AnandTech ressalta que o recurso, no momento, não é muito interessante para games. O AVX-512 é mais relevante para aplicações corporativas, dada a sua capacidade de lidar bem com criptografia e cálculos complexos usados pelo mercado financeiro, por exemplo.
De modo geral, o Core i9–7900X se saiu muito bem na análise do AnandTech, mas o veículo também deu a entender que há um trabalho em andamento aqui: alguns jogos testados tiveram problemas de desempenho que foram amenizados com atualizações de BIOS nas placas-mãe. Mas, mesmo com isso, alguns problemas ainda precisam ser resolvidos.
De qualquer forma, o AnandTech acredita que a Intel irá fazer a lição de casa, ajustando todas as pendências no decorrer dos próximos meses.
Ars Technica: evolução, não revolução
Para o Ars Technica, os chips Skylake-X trazem poucas novidades em termos tecnológicos, mas todas são relevantes, com destaque para a topologia mesh, que apresenta menos latência que a arquitetura em anel dos processadores Broadwell-E.
É uma solução mais moderna. Porém, o usuário final pode não notar muita diferença. Do jeito que está, o Core i9–7900X (e seus irmãos) parece ser mais relevante em termos de desempenho em aplicações profissionais — servidores e workstations, por exemplo.
O Ars Technica frisa que o Core i9-7900X é extremamente poderoso, mas, nos games, não há diferença significativa de desempenho na comparação com processadores potentes, mas mais baratos, como o Core i7-7700K ou algum AMD Ryzen 7.
Aqui também não há dúvidas de que os problemas de desempenho notados nos testes não são dramáticos. Intel e fabricantes de placas-mãe vêm trabalhando para corrigir as imperfeições.
Porém, vai ser difícil para a Intel se desvencilhar da desvantagem no quesito custo-benefício: embora os chips Core i9 ganhem no poder de fogo, os processadores AMD Ryzen 7 custam bem menos e dão conta de uma enormidade de aplicações exigentes.
No resumo da ópera, o Core i9-7900X é um monstro. Um monstro que ainda dá uns tropeções, mas logo encontrará o equilíbrio — quando as versões mais poderosas do Core i9 chegarem ao mercado, provavelmente a situação estará mais confortável.
Hoje, o maior problema é que, para boa parte do público de entusiastas que a Intel quer alcançar, o processador entrega muito, mas não ao ponto de valer a pena pagar US$ 999 por ele. E isso porque estamos falando do modelo mais em conta da linha.
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