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Sol faz você comprar mais: como o clima afeta seu consumo

Mudanças no tempo afetam tanto seu humor quanto seu comportamento – vai dizer que você não reclamou do frio nesta semana, ou que não enrolou um pouco mais na cama quentinha? Um grupo de pesquisadores de Beijing quis testar se as condições meteorológicas também afetam um comportamento que afeta bastante a economia: o quanto você está disposto a comprar coisas.

Para tirar a prova, eles reuniram 6 milhões de usuários de smartphones de 344 cidades ao redor da China. Para cada cidade, registraram as condições climáticas hora a hora. Enquanto isso, ofereceram a eles promoções para dois tipos de produto (ebooks e streaming de vídeo, tipo Kindle e Netflix), via SMS ou em propagandas internas de aplicativos.

Eles levaram em conta a temperatura, a umidade, a pressão atmosférica, o vento, o horário e o tempo médio que cada usuário passava no celular, para garantir que a pesquisa só refletisse, de fato, os possíveis efeitos metereológicos.

O estudo rendeu resultados interessantes. Em dias ensolarados, as promoções tinham 20% mais compradores interessados do que em dias nublados. As respostas também eram mais impulsivas: os clicks no anúncio viram 73% mais rápido quando o Sol estava brilhando lá fora.

Já a chuva piorava as coisas: o número de interessados nos dois produtos caía 10% em relação ao dia nublado e, quando aparecia um comprador, ele levava um tempão para clicar no anúncio, 59% a mais do que num dia nublado.

O mais interessante, porém, é que o tempo lá fora pode te deixar mais feliz (e mais consumista) simplesmente por te surpreender. Se estiver mais quente e ensolarado do que no dia anterior, você, que esperava estar encolhido de frio, fica mais disposto a saber mais sobre os produtos.

A mesma coisa acontece quando você assiste à previsão do tempo no jornal (ou, mais provavelmente, acessa ela no seu celular) e ela erra feio. Se o dia acabar sendo mais agradável do que estava previsto, surge um aumento considerável no interesse pelos produtos anunciados – a tendência é olhar com mais carinho para uma promoção interessante.

Mas, afinal, para que estudar uma questão tão inusitada? Os pesquisadores têm uma resposta: porque você está sendo bombardeado o tempo inteiro por anúncios. Sendo assim, uma marca (e, portanto, quem faz pesquisa sobre consumo para ela) precisa encontrar formas cada vez mais específicas e criativas para ter mais chances de chamar a sua atenção.

É claro que novos estudos precisam ser repetidos em outros lugares do mundo para entender se a cultura não influenciou nos resultados, nem se foi mera coincidência. Mas tem sua lógica: quando tudo parece lindo e colorido – até a vista lá fora – fica mais difícil resistir à ideia de se dar um agradinho.

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