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A cura da obesidade pode estar próxima

É isso mesmo que você leu: a ciência está a poucos passos de descobrir a cura para a obesidade. Mas, alto lá, esta não é uma permissão científica, nem o bilhete dourado para você se atirar em rios de chocolates e montanhas de doces à la Fantástica Fábrica de Chocolates.

Os pesquisadores da Universidade de Monash, na Austrália, analisaram como o cérebro administra a insulina no corpo, um importante hormônio sintetizado pelo pâncreas que metaboliza os açúcares no sangue e coordena os gastos e as conservação de energia. E, pela primeira vez, conseguiram determinar qual é o exato mecanismo do cérebro que estimula o corpo a armazenar gordura.

O segredo está nas células adiposas brancas e marrons. Se você não é um habituè de academias ou consultórios de nutricionistas, explicamos: a gordura é armazenada no corpo em células especializas chamadas de adipócitos ou células adiposas. Mas nem sempre os adipócitos representam um perigo à saúde.

Os adipócitos brancos são aquela gordura que insiste em se acumular nos quadris ou no abdômen caso a gente coma muito e faça pouco ou nenhum exercício físico. Sua principal função é amortecer impactos, choques mecânicos. Ela é culpada por grande parte das doenças cardíacas e por prejudicar a circulação sanguínea.

Já a gordura marrom é considerada uma gordura boa, porque ela contribui para a queima de calorias e, consequentemente, estimula o emagrecimento. Esse tipo de gordura é fundamental para a produção de calor, muito comum em mamíferos recém-nascidos e, nos seres humanos, fica localizada nos órgãos, nuca, ombros e coluna vertebral. Estudos prévios comprovaram que pessoas com maior número de células adiposas marrons têm mais facilidade para emagrecer e não ganham peso com tanta facilidade.

Um dos segredos do ganho e da perda de peso é que a gordura não está sempre no mesmo tipo de célula adiposa. Quando está armazenada, fica nas células brancas e quando é utilizada como um estímulo ao gasto de energia, muda para as marrons. E vice-versa.

Em pessoas saudáveis, esse mecanismo de troca responde às altas de insulina no sangue “marronzando” a gordura para diminuir os níveis do hormônio e, quando ele está baixo, mantendo a gordura branca armazenada. No entanto, de acordo com o time de cientistas australianos, em pessoas obesas esse interruptor que liga e desliga a chave de branca para marrom(e o contrário também) permanece o tempo todo no modo armazenamento.

“O que nossos estudos demonstraram é que existe um mecanismo fundamental que garante que o gasto de energia seja combinado ao consumo. Por um longo tempo, o porquê isso ocorre foi a peça faltando no quebra-cabeça. Mas nós mostramos não apenas por que isso acontece, mas também o mecanismo envolvido. É muito emocionante”, disse o líder da pesquisa, Dr. Garron Dodd, em entrevista à revista Cell Metabolism.

Os cientistas ainda estão estudando como podem reprogramar esse “interruptor” para estimular o gasto de energia e a perda de peso em pessoas obesas. Mas veem a descoberta com otimismo, dado o crescimento do número de pessoas com obesidade no mundo e a gravidade dos problemas de saúde causadas pelo excesso de peso.

A obesidade é um dos principais estímulos ao desenvolvimento de diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares. A ABESO (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) estima que 70 milhões de brasileiros estejam acima do peso e que 18 milhões de pessoas sejam obesas no Brasil — número equivalente à soma da população das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

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