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Série '13 Reasons Why' aumentou o interesse por suicídio, diz pesquisa

 (Foto: Divulgação)

 

Hannah Baker pode estar influenciando jovens espectadores de 13 Reasons Why negativamente, conforme aponta pesquisa da Universidade Estadual de San Diego, nos Estados Unidos. Segundo o estudo, a procura por temas relacionados ao suicídio cresceu 19% após o lançamento da série.

Os especialistas analisaram quantas vezes termos relacionados ao tema foram procurados no Google, entre 31 de março, quando a série foi lançada, e 18 de abril, véspera do suidício do esportista Aaron Hernandez — a ideia era ter certeza de que a morte de Hernandez não iria influenciar na pesquisa. O resultado foi alarmante: expressões do tipo "como me matar" e "suicídio indolor" tiveram 1 milhão de buscas a mais do que têm normalmente.

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"Como a internet é um lugar em que as pessoas podem procurar informações anonimamente e sem julgamento, os pesquisadores podem ver o que está na mente do público, monitorando o que estão procurando", afirma Jon-Patrick Allem, um dos responsáveis pela pesquisa, em artigo do The Conversation.

O lado bom é que a procura por ajuda também cresceu. Termos como "telefone antissuicídio" e "prevenção ao suicídio" aumentaram durante o período, mas os especialistas são pessimistas em suas análises. "Deveríamos nos preocupar muito", disse John Ayers, líder da pesquisa, em entrevista à revista Época.

A GALILEU separou três motivos para ver e outros três para não ver a série. 

A priori o aumento de buscas não é necessariamente alarmante, mas ao encontrarem um estudo de 2011 os especialistas ficaram preocupados. "Pesquisas anteriores mostraram que as tendências de busca de suicídios estão correlacionadas com acontecimento reais, e a cobertura da mídia sobre o assunto coincide com o aumento das tentativas de suicídio", relata Allem. 

Para os cientistas, a solução é simples: seguir o guia da Organização Mundial da Saúde (OMS) para falar sobre o assunto. Além de evitar descrições detalhadas de suicídio, é prudente disponibilizar o contato de centros especializados durante os episódios.

"Os produtores da série devem mudar rapidamente seu curso de ação, incluindo removê-la e adiar a segunda temporada", afirmou Ayers à CNN.

A Netflix, responsável pela obra, ainda não se pronunciou sobre o estudo. Entretanto, em abril, um dos autores de 13 Reasons Why defendeu o formato na série na revista Vanity Fair. "Desde o início concordei que deviamos descrever o suicídio com tanto detalhe e precisão quanto possível. Eu até defendi isso — relatando a história da minha própria tentativa de suicídio com os outros escritores", disse Nic Sheff.

(*Com supervisão de Nathan Fernandes.)

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