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3 motivos para ler (ou não) 'It: A Coisa', de Stephen King

 (Foto: Divulgação)

 

A cada 27 anos um palhaço sinistro, o Pennywise, aparece em Derry, Maine, nos Estados Unidos e, com ele, uma série de assassinatos macabros. O motivo? Ele se alimenta de criancinhas. Depois que o irmão de Bill Denbrough foi vítima de um desses ataques, o garoto resolve reunir mais 6 amigos para combater a tão temida Coisa. Juntos, eles formam o “Clube dos Otários”.

Essa é uma pequena sinopse de It: A Coisa, escrito por Stephen King (Editora Suma; 1104 páginas; preço sob consulta). Levando em conta o sucesso do filme de 2017 dirigido por Andy Muschietti e ao boom de vendas que resultou de seu lançamento, separamos alguns motivos para te convencer de ler (ou desistir) esse calhamaço.

Para ler
É um livro de 1100 páginas

O tamanho assusta, afinal, não é sempre que estamos dispostos a encarar o desafio de ler mil e cem páginas. Mas vale a pena. O início da leitura inicial é um pouco mais arrastada e descritiva, mas após cerca de 500 páginas o ritmo de leitura se torna frenético e é muito difícil de parar.

Além da série de capítulos com cliffahangers (não sabe o que significa esse termo? Veja aqui) que fazem pensar “eu preciso saber o que vai acontecer depois”, as personagens são extremamente bem construídas. É quase impossível não se apaixonar por Bill Gago, o líder da patota, ou pelo cativante Ben Hanscom.

Outro fator crucial, é claro, é a prosa de Stephen King. O homem faz sucesso por um motivo: a história é tão bem contada que o leitor se sente dentro da pequena cidade de Derry, onde tudo acontece, e se emociona com os personagens.

Beverly Marsh
Única garota do “Clube dos Otários”, Beverly Marsh é de longe uma das personagens mais interessantes do livro. É possível acompanhar seu desenvolvimento desde a mais tenra infância, nos momentos em que a menina lembra de como era a vida naquela época. A questão da sexualidade também é tratada, assim como as paixões da infância — a empatia despertada pela garota é tanta, que as bochechas do leitor chegam a corar.

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Outro fato que torna a personagem interessante é a relação que ela tem com os homens. Por ser filha de um pai abusivo, que batia nela sem motivos e a humilhava, Beverly acaba se relacionando apenas com homens desse tipo quando cresce — e se casa com Tom, uma versão piorada de seu pai.

Com o passar dos capítulos, Beverly Marsh mostra como até uma mulher forte e, em até certo ponto bem resolvida, pode estar suscetível à violência contra mulher — e que a culpa não é dela.

Bill Gago, desfocado, e Beverly Marsh (Foto: Divulgação)

 

Até o começo do fim, o livro é excelente
Com ressalvas ao fim da história, toda a narrativa de It: A Coisa é viciante. Stephen King entrelaça genialmente a infância dos personagens (anos 1950) com sua vida adulta (anos 1980) e pequenos interlúdios nos quais volta no tempo para contar o passado de Derry — e da Coisa.

A sequência de acontecimentos e reviravoltas são muito bem relatados e parecem essenciais para os desdobramentos finais da história. O autor escreveu o livro de tal forma que as mudanças de capítulos não representam quebras na narrativa, mas sim divisões orgânicas da história.

Para não ler
É um livro de 1100 páginas
Como já foi dito, não é fácil ter o pique para ler mil e cem páginas — ainda mais sabendo que o fim vai te decepcionar. O início do livro é arrastado: pelo menos até a página 500, nada de muito emocionante acontece. É preciso paciência.

Se estiver com vontade de ler algum livro de mistério tão bom quanto It escrito por Stephen King, as dicas são O iluminado (520 páginas), O cemitério (425 páginas) e Tudo é Eventual, livro com 14 contos do autor (608 páginas).

Beverly Marsh
A história de Beverly é incrível, mas pode ter muitos gatilhos para quem tem problemas com assuntos como violência contra a mulher, estupro e assédios. As cenas de espancamento e abuso são relatadas detalhadamente, o que torna os capítulos referentes à garota difíceis de serem lidos.

Aliás, cenas de violência estão presentes em todo a obra. A ação sinistra da Coisa parece brincadeira de criança (literalmente), se comparadas com as surras que o “valentão” Henry Bowers dá nas outras crianças.

"Clube dos Otários" (Foto: Divulgação)

 

O fim não vale a pena
Depois de ler mil páginas, o que o leitor espera é que as últimas 100 sejam excepcionais — e expliquem toda a doideira que rolou até aquele momento. Mas não é isso que acontece. O fim de It decepciona por ser muito alheio ao que se esperava. A história do livro parece muito real, até o leitor se deparar com  um final completamente místico e desconexo.

****SPOILER****
Isso sem falar na orgia feita pelas crianças ao fim da obra. Quando precisam sair do esgoto mas não estão “conectados”, Beverly sugere que todos façam sexo com ela. A ideia funciona, mas a cena (extremamente detalhada) é questionada até hoje por vários fãs de King: aquilo foi mesmo necessário? Não havia como resolver de outra forma? Sobre isso, o autor se mantém firme e defende a escolha que fez na época.
****FIM DO SPOILER****

Isso é explicado em partes porque Stephen King estava sob efeitos de drogas e álcool quando escreveu alguns livros, dentre eles It. Pensando assim, dá até para entender o porquê o fim desse livro é uma “viagem”.

*Com supervisão de Thiago Tanji

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