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Conheça a Lucy das plantas, a flor mais antiga da história

Lembra dela? Lucy é a senhora de mais de três milhões de anos que já foi chamada de mãe da humanidade. Com as descobertas mais recentes, o fóssil de Austrolophitecus afarensis mais querido pelos cientistas perdeu seu título de primeira ancestral – e hoje é tratada mais como uma prima distante do homem moderno.

Desde então, o status de pioneira, desbravadora e matriarca anda meio vago para os humanos. Mas no que diz respeito às flores, ele acaba de ser devidamente ocupado. A primeira flor a desabrochar no planeta Terra é essa que você vê na foto acima. Segundo um estudo austríaco publicado no periódico Nature Communications, ela é a ancestral comum de todas as angiospermas que tanto gostamos de manter em nossos jardins. A verdadeira Lucy das flores.

Estima-se que o surgimento das flores tenha acontecido entre 140 e 250 milhões de anos atrás. Como nenhum fóssil de flor com menos de 130 mil anos foi encontrado até hoje, o jeito foi recriá-la com a ajuda de um software. Os cientistas conseguiram estimar essa aparência ao analisar dados genéticos de 792 espécies existentes. A cor branca, no entanto, foi escolhida só por estilo – não deu de fato para precisar se a matriarca era mesmo tão alva quanto um copo de leite.

Apesar dessa licença artística, várias de suas características foram corretamente recriadas. Sabe-se, por exemplo, que a primeira de todas as flores era mãe-solteira. Hermafrodita, mantinha seus órgãos sexuais localizados bem no centro. Essa é uma configuração bem diferente da que encontramos hoje, onde só o órgão reprodutor feminino (gineceu) ocupa a posição central.

Outra coisa que as afasta das atuais são as pétalas agrupadas de três em três, em formato de espiral – enquanto as atuais possuem quatro. Além disso, a primeira espécie de flor não diferenciava pétalas de sépalas. As pétalas primitivas eram, na verdade, uma mistura dessas das duas. Por conta das atuais flores atuais, sabe-se que cada uma dessas estruturas possui funções diferentes: enquanto a sépala, parte menor e mais rígida, dá proteção mecânica e sustentação, a pétala serve para atrair polinizadores – e manter viva a espécie. 

O resto da história você já sabe. Essas estruturas complexas evoluíram e fizeram as angiospermas se darem bem em termos de reprodução – o que as tornou esse sucesso evolutivo. Atualmente, elas representam cerca de 90% de tudo que hoje convencionamos chamar de planta – e há mais de 300 mil espécies delas por todo o planeta.

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