Pais mais velhos têm filhos CDFs com mais frequência
É impressionante que a mãe de Sheldon Cooper, gênio incompreendido do seriado The Big Bang Theory, tenha uma aparência tão jovem e saudável. Segundo uma pesquisa liderada por psicólogos do King’s College de Londres, a inteligência e “nerdice” de uma criança, em média, são diretamente proporcionais à idade que seus pais tinham quando ela nasceu.
O estudo considerou 7.781 crianças britânicas, que fizeram testes de QI não verbais aos 12 anos. Seus pais, por sua vez, responderam questionários sobre a capacidade de concentração e interação social de seus filhos. Esses dados foram cruzados para gerar um valor chamado geek index – o “índice”.
Filhos de pessoas que se tornaram pais com menos de 25 anos alcançaram uma pontuação média de 39,6. Rebentos com pais maiores de 35 anos se deram bem melhor, alcançando 41 pontos, e crias de cinquentões estouraram o gráfico, com um incrível 47 no índice geek. O feito é praticamente restrito a homens: em geral, a idade do XY no casal não afeta a inteligência das filhas com a mesma eficiência que afeta a dos filhos.
Uma das possíveis explicações para o fenômeno é bem simples: pais com mais capacidade de raciocínio lógico tendem a se dar melhor em carreiras que exigem mais dedicação e são mais recompensadoras. Com isso, acabam tirando filhos da lista de prioridades na terceira ou quarta década de vida. Quando a menopausa está próxima e esses casais estudiosos finalmente decidem espalhar seus genes pela Terra, a chance de que seus bebês tardios também sejam mais inteligentes se torna naturalmente mais alta.
Ao jornal britânico The Guardian, a pesquisadora Magdalena Janecka, americana participante do estudo, também supõe uma relação entre os genes responsáveis por QIs mais altos e os maiores riscos de autismo associados aos filhos de pais e mães mais velhos. “Nós sabemos há muito tempo das consequências negativas da idade avançada do pai, mas agora também demonstramos que essas crianças podem ter perspectivas educacionais e profissionais melhores. Com uma “dose” mais alta desses genes, e quando outros fatores de risco contribuem, elas podem ter uma predisposição maior ao autismo.
Terminada a especulação acima, vale lembrar que só 57% da pontuação de cada criança nos testes de medição de inteligência tem motivos genéticos. A outra metade é responsabilidade do ambiente. A pesquisadora afirma que ainda não há uma boa explicação para o fato de que mulheres parecem blindadas à influência geek de seus pais – mas elas também são menos propensas a desenvolver autismo, o que pode indicar uma resistência maior tanto a consequências positivas quanto negativas de uma gravidez tardia em que o pai também tem idade mais avançada.
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