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Exploradores mão na massa

 (Foto: Ilustração: Raul Aguiar)

 

Botar a mão na massa é a paixão de Matthew Reyes, consultor no Vale do Silício e ex-estrategista de tecnologia espacial da NASA. Em junho, ele palestrou na primeira edição da Campus Party Brasília. Reyes explica a relação do Movimento Maker (um faça-você-mesmo da tecnologia) com a exploração espacial.

De que maneira a cultura maker está mudando o jeito de explorarmos o espaço?

A redução no preço dos eletrônicos e a acessibilidade do financiamento coletivo está empoderando indivíduos a fazerem algo que era restrito a governos e grandes corporações. O Movimento Maker derruba preços e contribui tanto com hardware como com software. Hoje, qualquer um pode fazer satélites — não precisa ser um engenheiro experiente para isso.

Você entende de tudo, desde conserto de motos até arqueologia subaquática. exploradores espaciais precisam de visão multidisciplinar?

Precisamos de gente focada em tópicos individuais, a especialização é necessária. Mas exploradores precisam ser coringas. Um explorador espacial maker deve saber um pouco de engenharia mecânica e programação, além de lidar com papeladas. É como aqui no Vale do Silício: as pessoas têm múltiplas habilidades.

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Missões para o espaço profundo terão de ser autossuficientes, sem depender dos recursos da Terra. Como a cultura maker pode ajudar?

Acho incrível como a exploração espacial cria tecnologias que beneficiam nosso planeta. Os mesmos desafios para mandar humanos ao espaço profundo afetam a todos nesta grande espaçonave que é a Terra — limpar o ar e a água, criar comida, lidar com resíduos. Makers acham novas formas de exploração sustentável e buscam torná-las um produto ou serviço.

Você foi certificado como um “cientista suborbital com intenções de trabalhar no espaço”. quando vai virar astronauta?

É meu sonho de criança, até paguei um treinamento da Virgin Galactic. Quando surgir no espaço uma vaga compatível com minha especialidade, óbvio que me candidatarei (risos).

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