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O poder da motosserra

 (Foto: )

 

Dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia indicam que, em 2016, o desmatamento de floresta nativa da região amazônica cresceu 30% em relação a 2015, sendo o pior resultado desde 2008 — Pará, Rondônia e Mato Grosso são os estados que lideram a devastação.

Os dados corroboram as informações de um estudo recém-publicado pela revista Global Environmental Change, que mostram como a efetividade da legislação ambiental é inversamente proporcional à fatia do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB). No Brasil, o setor é responsável por movimentar aproximadamente R$ 1,2 trilhão da economia do país.

“A bancada ruralista domina as duas pontas da discussão, ocupando a Comissão de Agricultura e a Comissão do Meio Ambiente”, diz o cientista político Edelcio Vigna. Em 2012, mudanças no Código Florestal foram criticadas por ambientalistas e a então presidente Dilma Rousseff vetou 12 alterações propostas pela bancada ruralista. Uma das medidas barradas permitia ao proprietário rural reflorestar apenas 25% da área degradada por uma plantação.

O pesquisador Tiago Reis, um dos autores da pesquisa, destaca que o Brasil tem muito a contribuir no debate mundial sobre políticas de conservação das florestas e matas nativas, apesar do cenário adverso. “Nós podemos oferecer lições aprendidas sobre o fenômeno global do desmatamento”, afirma.

EM VOTAÇÃO
A discussão de mudanças do licenciamento ambiental será (mais) uma das pautas polêmicas debatidas pelo Congresso Nacional neste ano.

O PROJETO
De autoria do deputado federal Mauro Pereira (PMDB-RS), uma das alterações propostas determinaria que atividades agropecuárias ficariam dispensadas do licenciamento ambiental, que atualmente é obrigatório.

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