Conversar com animais de estimação é normal, afirma especialista
Quem tem um bichinho de estimação — ou ama animais — sabe que é comum conversar com eles de vez em quando. O hábito pode parecer estranho para alguns, mas para o especialista em antrozoologia (área que estuda a relação entre humanos e animais), Hal Herzog, da Universidade de Western Carolina, nos Estados Unidos, o hábito é "completamente normal".
Em entrevista ao The Atlantic, o especialista contou que humanos "tendem a atribuir todos os tipos de pensamentos e significados a outras coisas em suas vidas". Ou seja, além de animais, podemos ficar zangados com uma caneta que não funciona ou com com o computador que trava.
Entretanto, estudos mostram que as pessoas têm consciência das diferenças entre seus interlocutores e, logo, mudam sua forma de agir de acordo com quem está do outro lado da conversa. Segundo Herzog, raramente as pessoas fazem perguntas para os animais e geralmente falam com a voz mais aguda, como se estivessem falando com um bebê.
Um estudo de 2008 da Universidade de Northwestern, também nos EUA, mostrou que os participantes solitários eram muito mais propensos a descrever seus animais de estimação com palavras que sugerem que os bichinhos ofereciam apoio emocional — pensativo, atencioso, simpático. Já os que desejavam mais ter controle em suas vidas eram mais propensos a atribuir emoções e vontades conscientes aos cães.
Também segundo os pesquisadores, as pessoas gostam de imaginar que os bichos de estimação entendem o que elas estão falando porque o oposto seria muito esquisito. Imagina viver com um ser que não te entende e não tem nenhuma conexão com você?
Herzog também afirma que os animais nos respondem, da forma deles, mas respondem: "Seu cachorro pode inclinar a cabeça ou te olhar de forma questionadora. Eu não acho que minha gata está processando palavras [quando falo com ela] da mesma maneira que nós, mas temos esse sistema de comunicação baseado na linguagem".
Um estudo húngaro publicado no periódico Science afirma que os cães reconhecem nossa linguagem, por mais que não possam entendê-la de fato. Por isso, as pessoas que falam com seus bichinhos não acreditam que eles estejam compreendendo cada palavra, mas que conseguem entender o sentimento geral sendo passado.
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