Elon Musk e líderes de inteligência artificial pedem à ONU que armas robóticas sejam proibidas
Elon Musk não estava de brincadeira quando disse, no mês passado, que a inteligência artificial precisa ser regulamentada antes que ela traga problemas para nós. O empresário faz parte de um grupo com mais de 100 líderes de companhias especializadas no assunto que enviou uma carta à Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo que a entidade proíba o desenvolvimento de robôs de guerra.
Já vimos armas robóticas se transformando em ameaça à humanidade, mas nos cinemas. O assunto foi retratado numerosas vezes nos estúdios de Hollywood, com O Exterminador do Futuro sendo o exemplo mais emblemático, provavelmente.
Mas, para 116 líderes (incluindo Elon Musk) em inteligência artificial, robótica e afins, o risco de equipamentos avançados de combate saírem do controle e causarem grandes estragos é real. Essas máquinas não são formadas necessariamente por robôs com aspecto humanoide, como costumamos imaginar, mas por drones, embarcações não tripuladas, disparadores móveis de mísseis e assim por diante.
Os principais exércitos do mundo — com destaque para as forças militares dos Estados Unidos — trabalham há algum tempo no desenvolvimento de tecnologias que permitirão que máquinas ataquem inimigos de modo eficaz, mas sem intervenção humana.
É o caso, por exemplo, do caça não tripulado X-47B, que pode ser reabastecido no ar e decolar de porta-aviões. Essa aeronave está praticamente aposentada, mas a sua tecnologia deverá ser empregada em outros modelos, como o sucessor X-47C, a ser fabricado em 2018.
Outro exemplo é o Sea Hunter, embarcação com cerca de 40 metros de comprimento que pode se deslocar por mais de 18 mil quilômetros de maneira autônoma. O navio ainda está em testes, mas vem sendo preparado para cumprir missões sem a presença de militares a bordo.
Para os líderes, é aí que mora o perigo. Eles temem, por exemplo, o risco de a inteligência das máquinas decidir erroneamente que determinado território deve ser atacado. O alvo pode entender o ataque como uma decisão deliberada daquele exército e, então, revidar. Aí o caos começa de vez.
Note que não estamos falando de uma revolta das máquinas para destruir a humanidade, tal como Hollywood retrata, mas de uma decisão indevida oriunda de limitações, falhas ou invasões ao sistema que controla as máquinas.
O grupo adverte que o desenvolvimento da inteligência artificial está avançando tanto que é questão de anos — e não décadas — para as armas robóticas estarem prontos para combater. Os líderes pedem que a ONU proíba a criação desse tipo de tecnologia antes que seja tarde: “não teremos tempo suficiente para intervir; quando essa Caixa de Pandora for aberta, será difícil fechá-la”, alertam.
Exagero? Pode até ser, mas o assunto começa a chamar atenção das autoridades. A carta foi publicada durante a abertura do IJCAI, congresso sobre inteligência artificial que está sendo realizado na Austrália. Mas a ideia inicial era dar o alerta em um encontro na ONU que discutiria o uso de armas autônomas letais nesta segunda-feira (21). Só não foi porque o evento foi adiado para novembro.
Além de Elon Musk, outro nome que se destaca no grupo de 116 líderes é o de Mustafa Suleyman, cofundador da Deepmind, companhia adquirida pelo Google que, hoje, atua como a divisão de inteligência artificial da Alphabet.
Com informações: The Guardian
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Existe uma certa afobação na comunidade em torno da Inteligência Artificial. E isso tem acontecido principalmente porque a ideia de máquinas inteligentes gera muita mídia, além de ser um prato cheio para filmes e séries de ficção científica.
Mas a IA ainda está longe de se tornar um ser autônomo, que pensa como um ser humano. O que temos hoje são várias IAs restritas, desenvolvidas para tarefas específicas. Esse é o tema do Tecnocast 064. Dá o play e vem com a gente!
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