Governo brasileiro pode acabar com horário de verão
O governo brasileiro está estudando a possibilidade de extinguir o horário de verão. A informação foi confirmada pela Casa Civil da Presidência da República em resposta ao G1, afirmando em nota estar "avaliando a conveniência ou não do tema horário de verão".
Adotado no Brasil em 1931, a medida consiste na prática de adiantar relógios em uma hora durante os meses do verão, com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica. Segundo especialistas, a reavaliação ocorre porque o perfil desse consumo tem mudado, economizando cada vez menos energia.
Os resultados do estudo, no entanto, podem não sair a tempo do próximo horário de verão, que tem início no dia 15 de outubro deste ano e engloba os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo e o Distrito Federal.
Costume
Um estudo realizado no Brasil sugere que o corpo necessita de pelo menos 14 dias para se acostumar ao horário de verão. Nesse período, falta de atenção, de memória e sono fragmentado são problemas comuns.
Desenvolvido pelo pesquisador Guilherme Silva Umemura no Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos, o estudo analisou como a mudança no relógio altera a temperatura do corpo humano. Segundo ele, o horário começou a ser adotado na década de 30 no país, mas as discussões acadêmicas sobre seu impacto na saúde surgiram após os anos 70.
“Com a mudança, as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações fisiológicas no organismo”, afirmou em entrevista à BBC Brasil. A temperatura do corpo começa a subir mais cedo do que o normal e isso causa uma desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso.
“A pessoa fica mais propensa a ter déficits de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono”, disse. Os grupos mais afetados, de acordo com o pesquisador, são os adolescentes e jovens adultos.
Para quem tem maior flexibilidade de tempo, a recomendação é tentar minimizar os efeitos da mudança: acordar 15 minutos mais cedo diariamente, para que a transição aconteça aos poucos.
Leia mais sobre o estudo aqui.
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