Crânio de 6 mil anos seria de uma vítima de um tsunami na Oceania
Um crânio encontrado em Aitape, na Papua-Nova Guiné, está causando alvoroço no mundo arquiológico. Primeiro porque ele é um dos únicos esqueletos antigos encontrados nessa região da Oceania; e segundo porque pode ter pertencido à alguém que morreu devido a um tsunami —, e sua idade de 6 mil anos o tornaria o ser humano conhecido mais antigo a morrer por isso.
O artefato foi encontrado em 1929 pelo geologista australiano Paul Hossfeld, que o estudou, mas não descreveu os resíduos do solo em que foi encontrado. Foi apenas em 2017 que a equipe de James Goff, da Universidade de Nova Gales do Sul, encontrou uma relação entre o dono dos ossos e o maremoto.
"Inicialmente, pensou-se que o crânio pertencia ao Homo erectus, até que os artefatos foram estudados de forma mais confiável e datados de cerca de 5 mil a 6 mil anos atrás. Naquela época, os níveis do mar eram mais altos e a área [em que foi encontrado] estaria logo ao lado do litoral", relata Goff em artigo.
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Foi difícil achar o local exato em que Hossfeld encontrou o fóssil, mas os especialistas acreditam que, se houve erro, foi de no máximo 100 metros. Quando estudaram os sedimentos da região, descobriram uma grande quantia de sílica, comumente presente em algas diatomáceas.
As semelhanças entre o solo em que o crânio foi encontrado e uma região inundada em 1998 são muitas, o que prova, para os cientistas, que essa parte do mundo era muito afetada por inundações: "Estamos mais convencidos do que antes que essa pessoa ou foi morta por um tsunami, ou teve sua cabeça arrancada por um", argumenta o grupo.
Já John Terrell, curador da Antropologia do Pacífico no Field Museum e um dos autores do estudo, acredita que a descoberta prova que viver perto do mar não é sempre bom. "Talvez este indivíduo possa nos ajudar a convencer os céticos de hoje que todos nós na Terra devemos levar as mudanças climáticas e a elevação dos níveis do mar como as ameaças que realmente são", diz, segundo o Science Daily.
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