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Paul Zaloom: "Muitas pessoas se tornaram cientistas por causa do Beakman"

Zaloom como Beakman durante as gravações do programa (Foto: Divulgação)

 

Um cientista maluco, um (homem vestido de) rato e uma assistente fazem experimentos para explicar conceitos científicos para crianças. Ao conhecer a premissa de  O Mundo de Beakman, que estreou nos Estados Unidos em 1992 e em 1994 no Brasil, o elenco não tinha ideia do sucesso que o programa atingiria. "Quando estávamos gravando o programa não nos ocorreu que ele poderia ter esse tipo de impacto. Nós pensamos que estávamos fazendo um programa interessante que renderia algumas risadas", conta Paul Zaloom, ator que viveu Beakman, em entrevista por e-mail à GALILEU.

Nos 21 anos que seguiram o fim das gravações, Zaloom se dedicou a escrever e executar performances de ventriloquismo e a dar palestras ao redor do mundo contando sua experiência interpretando o personagem que inspirarou toda uma geração a gostar de ciência.

De passagem pelo Brasil para sua apresentação mais recente, na Pato Branco Campus Weekend, que ocorreu entre 14 e 15 de outubro, o ator compartilhou um pouco do que aprendeu ao longo da carreira e como Beakman impactou a vida de seus espectadores. Leia abaixo:

Você já esteve no Brasil alguma vezes. O que acha do nosso país e da grande quantidade de fãs brasileiros que você tem?
Eu amo o Brasil! É um lugar impressionante, tão diverso e complexo, cheio de pessoas incríveis e calorosas. O país é tão vasto que é impossível fazer generalizações sobre ele. Estou surpreso com o entusiasmo que as pessoas têm pelo programa. É muito gratificante saber que ele fez a diferença.

Qual é sensação de ter várias pessoas te contando que se tornaram cientistas por causa do Beakman?
São mais do que várias! Não quero me gabar, mas muitas e muitas pessoas já me disseram que se tornaram cientistas por causa do Beakman… e essas são só as pessoas que me disseram isso em conversas ou por escrito. Quando estávamos gravando o programa não nos ocorreu que ele poderia ter esse tipo de impacto. Nós pensamos que estávamos fazendo um programa interessante que renderia algumas risadas e que ensinaria o público alguns fatos fascinantes sobre como o universo funciona. Tem sido uma surpresa gratificante escutar as pessoas dizerem que se tornaram neurocientistas, professores de ciência e biólogos. Me sinto muito grato.

O Mundo de Beakman conseguiu traduzir conceitos científicos complexos de forma que o público pudesse entendê-los. Você gostava de ciência antes de fazer o programa?
Sempre tive interesse em ciências naturais, particularmente aquela que tive oportunidade de observar nas florestas, nas montanhas ou no lago onde nadei em Vermont. Sou fascinado pelo comportamento dos castores, por exemplo: a forma como eles constroem barragens e criam lagoas, se alimentam de várias espécies de árvores, geram o crescimento de novas plantas e animais, abandonam as lagoas e voltam anos depois para o mesmo lugar para recomeçar o processo. Adoro isso.

Qual foi seu experimento favorito de fazer durante o programa?
Nós pegamos algumas bactérias que ficam entre os dedos dos pés de alguém — não lembro de quem — e as criamos em uma cultura em um pote. O criador do Beakman, Jok Church, me disse que, quando fez o experimento pela primeira vez, cheirou o resultado e vomitou instantaneamente. Nem preciso dizer que não cheirei, mas fiquei bastante curioso. Colocar no nariz e examinar o muco que fica nas narinas também foi divertido. Muito dos efeitos especiais de Hollywood que reproduziram o muco foram parar nas minhas pernas e grudaram nos meus sapatos. Foi nojento, mas meio divertido. Não cheirei esse também.

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Paul Zaloom retorna ao personagem em palestras e apresentações ao redor do mundo (Foto: Flickr/Terry Robinson)

 

Faz 20 anos desde que o programa acabou, mas o Beakman nunca foi embora de verdade: como você se sente visitando diferentes partes do mundo e contando a história do personagem e da série?
Eu gosto muito, é uma parte importante da minha vida de artista. Também sou um titereiro [que conduz fantoches], meu trabalho original antes de fazer o Beakman, e viajei bastante fazendo minhas apresentações adultas, satíricas e políticas de fantoches também. Eu me apresentei com o espetáculo White Like Me (Branco como Eu, em tradução livre), uma comédia sobre ser caucasiano por todos os Estados Unidos e em outros países como Turquia, Estônia, Eslovênia e Portugal. É um trabalho bem diferente, mas que tem uma coisa em comum com o programa do Beakman: humor. Eu adoro fazer as pessoas rirem. É uma das partes mais importantes do meu trabalho porque, sem isso, ninguém ouviria o que eu tenho a dizer.

Quais são alguns dos projetos nos quais você está trabalhando agora?
Estou trabalhando com o meu ventriloquismo, tentando dominar essa arte absurdamente difícil. A parte mais difícil, na verdade, não é não mover meus lábios: é escrever o melhor material possível e descobrir a natureza do relacionamento entre eu e meu boneco, o senhor Butch Manley.

No momento há uma tendência de refazer programas que eram populares na década de 1990. Se tivesse a oportunidade de fazer uma nova versão de O Mundo de Beakman, você gostaria de participar?
Eu acho que isso seria realmente bastante divertido, mas seria interessante encontrar novas formas de fazer um programa sobre o Beakman. Talvez usando fantoches…

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