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Nova descoberta pode dar início à cura do Ebola

Último surto de Ebola matou mais de 11 mil pessoas na África (Foto: Creative Commons/ bhossfeld)

 

Considerada uma doença até agora incurável e devastadora, o Ebola é uma das pandemias que mais preocupam os agentes de saúde: a doença mata cerca da metade das pessoas que contraem o vírus, em um período curto de tempo após a contaminação. Um surto que começou em 2014 na África Ocidental causou a morte de mais de 11 mil pessoas. Com pico em outubro do primeiro ano da epidemia, os casos foram caindo paulatinamente até o último episódio de contaminação, em 2016.

A facilidade de dispersão do vírus torna difícil os testes com animais — e, claro, impossível de ser realizado com humanos. Foi por isso que um grupo de pesquisadores do Japão, Estados Unidos e Serra Leoa “aproveitaram” o último surto para coletar 29 amostras de sangue de pacientes: 11 sobreviveram e nove morreram em decorrência do vírus. Os cientistas analisaram as amostras e fizeram comparações com o sangue de outras 10 pessoas saudáveis, em busca de particularidades da doença.

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“Nosso time estudou milhares de pistas moleculares em cada uma das amostras, utilizando dados sobre a atividades de genes, proteínas, e outras moléculas para identificar aquelas mais interessantes”, afirma a bióloga Katrina Waters, do Pacific Northwest National Laboratory, ao site da Universidade de Wisconsin, nos EUA.  “Essa talvez seja a mais completa análise já feita com amostras de sangue de pacientes infectados com Ebola”.

De acordo com o estudo publicado na Cell Host & Microbe, o grupo encontrou 11 biomarcadores que distinguem infecções fatais das não fatais. Entre as descobertas, perceberam que nos casos de fatalidade, havia maior presença de vírus, mudanças nos lipídios do plasma envolvidos no processo de coagulação de sangue e ativação mais intensa de alguns tipos de células imunológicas.

O achado mais importante, porém, foi a presença de dois biomarcadores que, quando encontrados diante dos primeiros sintomas, conseguiram prever de forma precisa aqueles que tinham maior probabilidade de morrer. Essas moléculas são um aminoácido chamado L-Treonina e uma proteína de ligação à vitamina D.

A princípio a descoberta ajudará os médicos a selecionarem quais pacientes devem ter prioridade para receber o tratamento, geralmente escassos nos locais de epidemia. Posteriormente, ao determinar a importância desses dois fatores, os pesquisadores acreditam que será possível dar o pontapé inicial para a criação de uma vacina contra o vírus ou seus sintomas.

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