O homem foi à Lua, sim. Estes 8 argumentos provam isso
A bandeira norte-americana se destaca, soberana, como não poderia deixar de ser o primeiro objeto fincado no cinzento solo lunar. Graças ao pé esquerdo tamanho 41 de Neil Armstrong, acabamos de assinar um evento histórico: a humanidade agora conhece pessoalmente seu satélite natural. Um “pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade”, comentou Armstrong, o tripulante mais famoso da Apollo 11, sobre aquele fatídico 20 de julho de 1969.
Nada disso. Na verdade, o evento foi todo coreografado pelo renomado cineasta Stanley Kubrick, e minuciosamente reproduzido em um estúdio de TV de algum lugar do estado de Nevada, nos Estados Unidos. Tudo armado pela Nasa para colocar os EUA uma cabeça à frente do bloco socialista na corrida espacial travada pelas duas potências. A viagem não vinha fora de hora: em abril de 1961, a União Soviética colocara Yuri Gagarin na órbita terrestre, e a resposta tinha que vir na mesma moeda. Ou melhor, com juros e correção monetária.
Embora o primeiro parágrafo explique mais corretamente a realidade, você já deve ter ouvido alguém defender trechos dessa teoria conspiratória em algum momento. A ideia de que não fomos à Lua 48 anos atrás, porém, pode ser desmentida facilmente. Para que você não perca discussões futuras sobre o tema, basta considerar alguns argumentos bastante simples. Vamos a eles.
Cobertura invisível
Os desafios para uma expedição à Lua existem desde o lançamento do módulo lunar. Como uma espaçonave conseguiria passar pelo cinturão de Van Allen? O campo magnético que envolve a Terra e ajuda a isolar partículas muito radioativas emitidas pelo Sol não seria um empecilho para a jornada? E a saúde dos tripulantes, expostos a toda essa radioatividade, como fica?
Sabe-se que a radiação é menor em determinadas áreas dos cinturões de Van Allen — e são exatamente essas áreas que as espaçonaves procuram atravessar. Para se livrar da influência desse magnetismo, o segredo é apostar na alta velocidade: passando rápido, o percurso dura apenas algumas horas. Essa estratégia faz com que a radiação recebida tenha dose similar a de um raio-X e seja, portanto, inofensiva.
Propulsão
Não há vestígios de que o módulo lunar tenha mesmo pousado na Lua. A atuação de um propulsor, para atenuar o pouso do trambolho de 17 toneladas, não aparece nas filmagens: o chão lunar não está queimado, muito menos há marcas ou algo do tipo na região.
Com a palavra, Ronilson Pinheiro da Silva, físico que argumenta em sua dissertação de mestrado para a UFS (Universidade Federal de Sergipe) que “a combustão da mistura de hidrazina e tetróxido de nitrogênio produz uma substância incolor. Como não havia ar em volta da nave, os gases espalharam-se rapidamente. Ou seja, nada de chamas visíveis. O mesmo vale para a ausência de crateras. Como não há ar, a parte do solo atingida pelos gases não se dispersou. A gravidade menor exige menos energia para a decolagem”.
Sombras
As imagens do homem na Lua não podem ser verdadeiras, uma vez que as sombras dos astronautas não estão paralelas com as formadas pelos outros componentes da cena; ao invés disso, têm angulações distintas. Como o Sol é a única fonte de luz na jogada, e não há atmosfera para difundi-la, tais sombras deveriam aparecer todas num mesmo plano — e não é isso que acontece.
O que não é considerado é que outras fontes de luz secundárias também contribuem para a composição da imagem. Entram na conta a luz emitida pela câmera dos astronautas, além da reflexão da luz solar em objetos como o módulo lunar, a roupa dos exploradores e na própria superfície da Lua. Batendo nesses objetos, a luz ganha novos destinos, diferentes da fonte original. Por conta disso é que as sombras se comportam dessa forma.
O tópico foi contestado empiricamente pela série de TV MythBusters. Os caçadores de mitos Jamie Hyneman e Adam Savage conseguiram chegar ao mesmo resultado recriando por conta própria a clássica cena do pouso humano na Lua. Depois de simular a topografia da mesma forma que acontece em nosso satélite natural, posicionaram uma lâmpada gigantesca, que simulava o Sol. A luz artificial, da mesma forma, fez que os elementos do cenário replicado gerassem sombras não paralelas.
Ventania
A Lua não possui atmosfera. Então, não existe vento, e sim, vácuo. Como explicar a brisa que balança a bandeira estadunidense, deixando-a como se estivesse tremulando?
Exceto quando tocada por Neil Armstrong ou Buzz Aldrin, a bandeira não se mexe. A falta de atmosfera, porém, faz com que a inércia do movimento que a deixou esticada dure muito mais tempo que na Terra. Ou seja, como não há força para frear esse esticamento da flâmula, a impressão que temos é que ela tremula em solo lunar. Mas não, está paradona, como ficaria qualquer outra toalha se fosse presa daquela mesma forma.
Estrelas
Como os tripulantes da Apollo 11 fizeram tantas fotos e não capturaram uma estrelazinha sequer no céu? Daqui da Terra, basta olhar para cima de noite para vê-las brilhando distantes.
Antes de tudo, é bom lembrar que estamos em 1969. Ferramentas como o Photoshop estavam apenas no imaginário popular e a fotografia digital daria seus passos só anos mais tarde. Para conseguir captar o brilho das distantes lampadinhas de LED do céu, os astronautas teriam que fazer certos ajustes finos na câmera, como seu tempo de exposição.
Pode reparar: mesmo com boas câmeras, não é tão fácil captar os pontos luminosos no céu. Dada a sua grande distância, a chance de que coisas próximas concentrem a atenção da câmera é bem maior. Corria o risco de, caso deixassem luz de mais entrar, os raios vindos do Sol ofuscassem a superfície clara da Lua para conseguir capturar o cenário visto no céu — além do que, convenhamos, operar a tralha fotográfica com precisão de Cartier Bresson é bem mais difícil quando se está dentro de um traje espacial. Para sobreviverem à temperatura lunar, sabe-se que filmes e câmeras estavam envolvido com material branco, proteção reflexiva usada para frear os raios de luz causados por irradiação — e não comprometer os cliques.
Pegadas
Como a marca do pezão de Armstrong conseguiu ficar marcada de forma tão definida na Lua — a tempo de ser, inclusive, fotografada? Nosso satélite não tem grandes traços de água, que tornariam o solo facilmente marcável pelo peso de algum humano.
Era uma das missões de Buzz Aldrin, “o segundo”: registrar em foto as marcas que seu sapato fazia no solo, para o estudo da mecânica da superfície lunar. A câmera que eternizou o momento, porém, estava acoplada no exterior da nave. Além disso, não é preciso de umidade para deixar pegadas, como uma andança pelo deserto pode facilmente comprovar. Assim, o solo da Lua, constituído por uma poeira extremamente fina — semelhante ao pó formado por cinzas vulcânicas, por exemplo — explicaria a imagem. A ausência de ventos responde o fato do molde se manter íntegro, pelo menos até a foto de Aldrin.
Carrinho gigantesco
Como subir com um carrinho do tamanho de um bugue para o espaço? Não iria faltar espaço para os tripulantes?
O rover utilizado na missão para que os astronautas explorassem mais confortavelmente a superfície da Lua foi construído com materiais bastante leves, e projetado para ocupar o menor espaço possível dentro da Apollo 11. Você pode ler mais detalhes sobre seu funcionamento — e o trabalho para desdobrá-lo e deixá-lo o mais compacto possível dentro do foguete — neste link. Spoiler: o possante era, sim, real, e capaz de transportar Armstrong, Aldrin e suas ferramentas de forma segura em seus rolês nos entornos da nave.
Efeitos especiais?
E aquela história do Kubrick, como fica? O cineasta por trás de clássicos como 2001 – Uma Odisseia no Espaço não teria repertório para bolar algo tão convincente a ponto de parecer real?
A tecnologia necessária para se recriar com precisão uma cena digna de Hollywood seria mais avançada que o próprio projeto espacial — é o que explica esse vídeo bastante didático do canal College Humor, lançado recentemente.
A única forma de recriar o esquema de sombras e penumbras seria apostar em lasers super-brilhantes. Esses recursos, em 1969, eram surpreendentemente caros, e deixariam toda a cena em um tom de vermelho. Algo perfeitamente contornável com a ajuda de computação gráfica, claro — não fosse o fato dela ser uma realidade somente décadas mais tarde.
Além do que, se tudo foi mesmo gravado em estúdio, por que não se vê poeira? É difícil manter no vácuo todo um set de filmagem — e garantir que a bandeira estadunidense tremule sem acusar outras marcas na poeira cinzenta fina que constitui o solo.
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