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Ataque com microondas teria afetado cérebro de diplomatas dos EUA

No final de agosto, os Estados Unidos acusaram Cuba de atacar 24 diplomatas e funcionários americanos com um emissor de ondas sonoras, que teria sido instalado nas residências deles em Havana e provocado danos auditivos. Alguns funcionários da embaixada foram tão afetados que retornaram aos EUA, onde passaram por exames médicos. Na semana passada, o jornal inglês Guardian disse ter obtido infomações sobre os exames, que supostamente concluíram algo intrigante: os diplomatas teriam sido expostos não a ondas sonoras, mas a microondas, e seus cérebros apresentam alterações anatômicas por causa disso.

Segundo o jornal, que cita fontes não-identificadas do governo americano, os cérebros de alguns dos 24 diplomatas (o número não foi revelado) apresentam anormalidades na chamada massa branca: a parte do cérebro que é formada por células gliais, que dão suporte físico e fornecem nutrientes aos neurônios. Além dos problemas auditivos, alguns diplomatas teriam se queixado de lapsos de memória. O governo cubano nega qualquer tipo de ataque.

Se um dia ele for confirmado, não terá sido o primeiro da história. Em 1979, descobriu-se que a União Soviética disparou sinais de microondas contra a embaixada americana em Moscou. As microondas são sinais eletromagnéticos de alta frequência, e servem tanto para transmitir informações (como fazem os celulares e roteadores Wi-Fi) quanto para cozinhar (se disparados em alta potência, como nos fornos de microondas). O propósito da ação russa nunca ficou claro, mas acredita-se que o objetivo fosse embaralhar as comunicações americanas. Nos últimos anos, os EUA começaram a testar duas armas de microondas: uma que causa sensação de queimaduras na pele, e outra que desativa equipamentos inimigos.

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