Por que seu iPhone fica mais lento com o tempo
Assim que um novo iPhone é tirado da caixa, o desempenho impressiona: tudo é bastante fluido, os aplicativos carregam rapidamente e qualquer jogo roda suave como manteiga. No entanto, dois anos depois, parece que ele está mais lento. Será que o iOS ficou mais pesado? Ou é apenas uma impressão errada? Na verdade, a Apple realmente diminui a velocidade dos processadores dos iPhones com o tempo.
O assunto chamou a atenção do Reddit na semana passada. O usuário TeckFire afirmava que seu iPhone 6s parecia mais lento que o iPhone 6 Plus do irmão, o que não fazia sentido considerando o hardware mais potente do primeiro. Depois de rodar alguns testes, ele descobriu que sua bateria estava com 20% de desgaste e decidiu trocar a peça.
O resultado: a pontuação no benchmark sintético Geekbench quase dobrou. Antes da substituição do componente, o processador Apple A9, do iPhone 6s, atingia 1.466 pontos em single-core e 2.512 em multi-core. Com a bateria nova, o aplicativo passou a mostrar 2.526 e 4.456 pontos, respectivamente.
Mas será que não foi um caso isolado? Não. A Primate Labs, responsável pelo Geekbench, publicou nesta segunda-feira (18) alguns gráficos para mostrar a frequência de pontuações no benchmark. Os números indicam que, a partir do iOS 10.2.1 (no iPhone 6s) e iOS 11.2.0 (no iPhone 7), há alguns picos de pontuações, sugerindo que a Apple diminui propositalmente a velocidade do processador por software.
No caso do iPhone 6s, tudo parece normal no iOS 10.2.0. Há um único pico na pontuação do núcleo do processador, indicando que quase todos os aparelhos chegam a aproximadamente 2.500 pontos:
Mas, no iOS 10.2.1, vemos outros picos, perto dos 1.000, 1.500, 1.800 e 2.100 pontos, mostrando que vários usuários estão com desempenho abaixo da média:
E isso se agrava ainda mais na versão 11.2.0:
O mesmo comportamento está presente no iPhone 7, mas não na mesma versão. Até o iOS 11.1.2, tudo parece normal, com quase todos os aparelhos chegando a 3.500 pontos ao utilizar um único núcleo do chip Apple A10 Fusion:
No entanto, no iOS 11.2.0, vemos mais unidades atingindo 1.700, 2.200 e 2.600 pontos. Ou seja, na pior das hipóteses, o desempenho do processador pode chegar a metade do que ele realmente é capaz.
A Apple ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. A Primate Labs afirma que o problema parece ser generalizado, e que piora de acordo com a idade do aparelho. A teoria é que a Apple desenvolveu um recurso que limita o desempenho do processador conforme a bateria se desgasta, evitando que o aparelho se desligue sozinho — um problema famoso do iPhone 6s.
O motivo é que, conforme a bateria se desgasta, a tensão fornecida pelo componente fica menor. Em determinadas condições, o processador consome mais energia do que a bateria é capaz de prover, o que faz o aparelho desligar inesperadamente. Então, a solução foi limitar o consumo (e consequentemente o desempenho) do chip.
Mas é claro que isso acaba nos levando ao assunto da obsolescência programada: a redução proposital de desempenho faz os usuários perguntarem se eles deveriam comprar um iPhone novo (e não uma bateria nova) quando o aparelho estiver mais lento. Então você já sabe: se o seu smartphone estiver dando algumas travadinhas, uma troca de bateria pode resolver o problema.
¯\_(ツ)_/¯
Tecnocast 075 – Antiobsolescência programada
No mundo da tecnologia nós sempre ouvimos falar da obsolescência programada, aquela tese de que as empresas deixam os produtos antigos mais lentos a cada atualização de sistema operacional para te obrigar a comprar um novinho em folha.
Mas olhando o copo meio cheio, algumas categorias de produtos ainda conseguem durar, basicamente, até o dia em que efetivamente param de funcionar. E isso entregando uma performance igual ou muito similar ao dia da compra. Neste programa conversamos sobre os gadgets que não atualizamos com tanta frequência. Dá o play e vem com a gente!
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