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Quer compor uma música alegre de sucesso? Use acordes com sétima

Considere aquela meio enjoada famosa do Pharrell Williams, Don’t Stop me Now, do Queen, ou até September, clássico absoluto dos anos 70. O que essas músicas têm em comum, além de serem ótimos exemplos de composições alto astral? Resposta: todas elas possuem um bom número de acordes com sétima. Não faz ideia do que isso significa? Só ativar as legendas e assistir ao vídeo abaixo, que explica tudo de forma bem simples.

Pode reparar: esse tipo de nota, quando aparece, vem sempre acompanhado de certa expectativa, que prepara a canção para um novo momento – normalmente marcando a transição de um verso para o refrão. Acontece que, em músicas que têm letras de bem com a vida, esse recurso costuma ser marca ainda mais recorrente. Pelo menos, foi o que descobriu um novo estudo, publicado no jornal Royal Society Open Science. Analisando cerca de 90 mil canções, os pesquisadores notaram uma relação quase direta entre letras felizes e o tal tipo de acorde.

O padrão apareceu nas composições cheias de palavras como “bebê”, “doce” e “bom”, traços mais comuns de canções good vibes. Quando uma letra continha versos mais tristes, marcados por “dor” “luta”, “morte” e “perda”, por outro lado, a quantidade de sétimas era menor. O interessante é que a descoberta vale para os dois tipos de acordes com sétima: sétima maior (X7+) ou sétima menor (X7-) – ainda que este último, na teoria, costume soar mais triste.

Todas as letras e acordes usados no estudo foram baixados do Ultimate Guitar, site de cifras e tablaturas que funciona à base da colaboração de usuários – que alimentam o banco de dados com suas próprias transcrições de música. A lista de músicas utilizada contempla Young Americans, de David Bowie, What’s Goin On, de Marvin Gaye e a clássica Good Vibrations, dos Beach Boys.

Depois de selecionar o material, foi só cruzar os resultados com os dados do labMT, um banco com mais de 10 mil palavras (retiradas de textos do jornal The New York Times, de livros do Google Books, de letras de música e tweets), organizadas como mais ou menos felizes por usuários do Mechanical Turk. A ferramenta, criada pela Amazon, foi criada para usar a inteligência humana na resolução de tarefas mais mecânicas (como dar valor emocional para uma sequência gigante de letras de música, uma por uma, por exemplo), algo que os computadores ainda não são capazes de fazer.

Como Alan Marsden, um dos autores do estudo, pontua em um artigo para o site The Conversation, é bom ter em mente que a letra de uma música costuma ter um significado maior por trás, não se resumindo apenas aos estados de espírito “feliz” ou “triste”. A boa notícia é que, da próxima vez que tiver vontade de dançar enquanto escuta uma música, você terá um argumento científico para justificar os passinhos. Tudo culpa dos acordes com sétima, é claro.

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