Cientistas descobrem novas características de ondas gravitacionais
Especialistas do Centro de Astrofísica de Monash, na Austrália, descobriram um novo aspecto das ondas gravitacionais, a memória órfã.
Quando o tecido do espaço-tempo estica — como uma cama elástica — cria um movimento conhecido como “onda gravitacional”. Depois de um evento como esse, o espaço-tempo não volta para seu estado original, mas continua esticado. Esse efeito é chamado de “memória”. O termo “órfã” diz respeito ao fato de que a onda que causou essa memória não pode ser diretamente detectada.
“Essas ondas poderiam abrir caminho para estudar a física inacessível à nossa tecnologia”, afirma Dr. Eric Thrane, da Escola de Física e Astronomia de Monash, ao portal Phys. Entretanto, a memória ainda não pôde ser observada.
Detectores de ondas gravitacionais como o LIGO só conseguem captar ondas de uma certa frequência. Para quem não sabe, LIGO é o Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria a Laser (LIGO, na sigla em inglês) e foi desenvolvido para explorar o campo da astrofísica por meio da detecção de ondas gravitacionais, conforme previsto pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
“Se existem fontes de ondas gravitacionais de micro buracos negros, por exemplo, o LIGO não poderia ‘ouvi-las’ por estaria numa frequência muito alta”, afirma a também pesquisadora Lucy McNeill para o Phys. “Entretanto, esse estudo mostra que o LIGO pode ser usado para buscar ondas gravitacionais que já foram invisíveis para o Observatório.”
Segundo Paul Lasky, outro pesquisador, o Observatório não poderá ver as oscilações, mas será capaz de detectar a “memória” se esses objetos existirem.
Os especialistas já puderam provar que o LIGO pode detectar ondas gravitacionais de alta frequência, o que é um avanço, pois ninguém acreditava que isso seria possível.
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