Múmias egípcias tinham relação de parentesco com povos do Oriente Médio
Pesquisadores da Universidade de Tubinga e do Instituto Max Planck para Ciência da História Humana, na Alemanha, conseguiram identificar a origem étnica de parte dos egípcios antigos. De acordo com uma análise realizada com mais de 90 DNAs de múmias, a maioria dos egípcios era parente de povos que viveram na região do Oriente Médio, como a Palestina, Mesopotâmia e Arábia Saudita. Foi a primeria vez que uma extração de genoma utilizando os últimos recursos tecnológicos foi realizada com sucesso em múmias de mais de 2.000 anos de idade.
Acreditava-se que a maioria dos habitantes do Egito Antigo descendia de populações negras da África, que habitavam os território ao sul do deserto do Saara. A análise de DNA dos egípcios da atualidade revela, no entanto, que o aumento da influência genética de outros povos africanos só começou a ocorrer recentemente — a hipótese é de que o contato entre egípcios e outras populações da África ocorreu durante o período da escravidão no continente.
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Os corpos analisados foram retirados de Abusir el-Meleq, no Médio Egito. O local era considerado um santuário a Osíris, rei do mundo dos mortos segundo a mitologia egípcia. As múmias datam de um perído conhecido como Novo Império, que se inicia em 1400 a.C. e se estende até 400 d.C, data que marca o término do domínio do Império Romano na região.
Na maioria das múmias, os cientistas utilizaram o DNA mitocondrial — aquele presente nas mitocôndrias das células — para a análise, já que essa estrutura tende a ser preservada por mais tempo. No caso de um dos corpos, no entanto, os pesquisadores conseguiram mapear carcterísticas específicas como a pele clara, os olhos escuros e uma possível intolerânica à lactose.
Desde 1980 os especialistas tentam retirar o código genético das múmias encontradas, mas só há pouco tempo atrás a tecnologia necessária para isso começou a aparecer. Os cientistas pretendem, no futuro, analisar melhor as múmias enterradas mais ao sul do país, próximos à fronteira do Sudão. Os arqueólogos acreditam que nessas áreas existiram habitantes com descendência comum a de outros povos africanos.
(com informações de Phys.org)
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