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5 grandes tendências de inovação para 2017

 (Foto: Flickr/Christian Scheidegger)

 

Passado preservado, tecnologia invisível, feminilidade feroz, ânsia pela desintoxicação e imperfeição adorável são algumas das maiores tendências para o ano de 2017. É o que afirma Rohit Bhargava, autor dos livros Non-obvious thinking — How to think different, curate ideas and predict the future (Pensamento fora da caixa — Como pensar diferente, selecionar ideias e prever o futuro, em tradução livre), em palestra na 2ª Edição do Wired Festival Brasil 2017, que ocorre em São Paulo entre os dias 8 e 9 de junho.

Bhargava vem se especilizando em identificar as grande ideias recorrentes na sociedade e lança uma obra por ano em que cita cerca de 15 motes que, segundo ele, guiarão a indústria e a mídia no período seguinte. Além disso, em cada volume o autor faz uma análise das previsões feitas para o ano anterior, citando quais delas ele acertou e errou.

O método dele parece ser simples: “O segredo de prever o futuro e ver o que ninguém está vendo é fazer a curadoria. Ou seja, encontrar o relacionamento entre as coisas, saber selecionar o que é importante e contar uma história”. É através da leitura de muitos livros, artigos, aulas e a aplicação de seu método para ser um bom curador de ideias que o americano chega aos motes certos.

Veja cinco das maiores ideias selecionadas por ele para 2017:

Passado preservado
“Com a tecnologia que temos hoje podemos aprender mais e preservar melhor o nosso passado.” É assim que Bhargava define a tendência que envolve conceitos como empatia virtual e arquitetura forense. A ideia, porém, não se restringe apenas a museus com realidade ampliada ou preservação de obras antigas. Ela também se aplica à possibilidade que hoje temos de registrar nossos momentos insignificantes (por exemplo, um voo simples em uma avião comercial) através da última tecnologia possível (como câmeras 360º). Essa documentação será importante para uma sociedade futura que, diferente de nós hoje, terá na mão um arsenal de informações seguramente armazenadas.

Tecnologia invisível
Para termos uma realidade mais conectada precisamos realmente ver nossos aparelhos? É essa pergunta que grandes nomes da tecnologia vêm fazendo nos últimos tempos. “As telas estão desaparecendo, não lidamos mais com as máquinas”, explica Bhargava. Ao contrário, a ideia é que conversemos com elas através de assistentes armados de inteligência artificial, como a Siri, aplicativo de reconhecimento de voz da Apple. Ou então, que as usemos, como é o caso Google Project Jacquard, que pretende criar uniformes para médicos e enfermeiros capazes de fazer diagnósticos de forma automática.

Com a linha entre o artificial e o natural ficando cada vez mais tênue, questões sobre a convivência com robôs começam a surgir. “Quais são as regras desse novo mundo? Uma máquina que me atende do outro lado da linha em algum desses serviços de suporte ao cliente automático tem a obrigação de me dizer que é um robô mesmo parecendo tanto uma pessoa de verdade? Devo ser educado e gentil com eles?” são algumas das questões colocadas por Barghava a medida que essa tendência torna-se cada dia mais uma realidade.

Feminilidade feroz
“As mulheres não são mais retratadas como donzelas em perigo. Hoje, elas são heroínas e ídolas”. Mulher-Maravilha e Katniss Everdeen, da série Jogos Vorazes, são alguns dos exemplos dados por Bhargava para ilustrar como o feminismo torna-se cada vez mais presente nas discussões midiáticas hoje. Barghava trouxe de exemplo o app Manterruption, feito na Ásia, que calcula, a partir da gravação de uma conversa, quantas vezes uma voz mais grave interrompe uma mais aguda. O aplicativo vem para combater a prática que leva o próprio nome do software “manterruption”, quando um homem não deixa uma mulher terminar suas ideias de forma desrespeitosa. “O que precisamos levar dessa ideia é a capacidade da imagem de quebrar esteriótipos problemáticos”, conclui ele.

Ânsia pela desintoxicação
“Em meio a tanta inovação digital, estamos cada vez mais sentindo necessidade de dar um tempo da tecnologia, de relaxar”, afirma. Restaurantes que oferecem momentos de refeição em completo silêncio, programas de televisão dedicados exclusivamente a assistir uma lareira queimando e tours de viagem que proíbem o uso de celulares e câmeras são atividades que vêm crescendo. Isso é um reflexo dos efeitos negativos das mídias socias que exigem a atenção constante de seus usuários.

Imperfeição adorável
Quando a esmola é demais, o santo desconfia. A ideia aqui é que perfeição não é sinônimo de boa qualidade. “Às vezes, queremos as coisas imperfeitas, justamente porque assim elas parecem mais autênticas”, explicou Bhargava. “É preciso abraçar seus defeitos."

Um dos maiores exemplos dados pelo autor é o hotel Hans Brinker Budget Hotel. Sua propaganda ressalta quase todos os defeitos do estabelecimento, ressaltando que “seu sistema imunológico irá ficar mais forte depois de se hospedar” ali. Mesmo assim, o local está sempre cheio. Por que? “Porque as pessoas não querem conforto, elas querem ter história para contar”, explica Bhargava. “Mostre seu trabalho, mesmo que não seja perfeito. Ver alguém errar dá muito mais autenticidade para tudo o que ela conseguir fazer certo”.

*Com supervisão de Isabela Moreira

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