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Cientistas encontram DNA de denisovanos em dente de leite

Dente de bebê denisovano (Foto: Bence Viola)

 

Paleontólogos encontraram o DNA de uma criança Denisovana, espécie prima dos neandertais e dos humanos modernos, em um dente fossilizado. Segundo a pesquisa, o fóssil é o mais antigo já encontrado dessa linhagem.

O acervo de fósseis do Hominídeo de Denisova — como também é chamado — é escasso,
com apenas dois dentes molares adultos e um osso de dedo. Sendo assim, o dente de leite é o quarto item descoberto da espécie. “Nós temos pouquíssimos dados sobre esse grupo arcaico, então qualquer descoberta adicional é muito empolgante”, disse Viviane Slon, autora do estudo e doutoranda no Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, em entrevista ao jornal The New York Times

Descoberto em 1984 durante uma expedição na Caverna Denisova, nas Montanhas Altai, na Ásia Central, o dente ganhou o nome de ‘Denisova 2’. Até a recente análise genética, sua origem era tida como um mistério.

“Com base no DNA, nós acreditamos que ‘Denisova 2’ é, no mínimo, de 100 mil anos atrás. Talvez de 150 mil ou até mais”, explicou Slon no artigo publicado no periódico Science Advances. “Até agora é o mais antigo denisovano."

Slon também relatou que o fóssil é pelo menos 20 mil anos mais velho do que a amostra ‘Denisova 8’, um dente molar classificado como o mais antigo até então. 

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Entrada da Caverna dos Denisovanos, na Sibéria (Foto: Bence Viola)

 

Procedimento
Para determinar a origem de 'Denisova 2', a equipe realizou uma tomografia computadorizada no dente. A técnica também foi usada para preservar a estrutura do fóssil para estudos futuros.

Durante a análise, Slon usou uma ferramenta de dentista para raspar a superfície do 'Denisova 2', visto que o mesmo armazenava componentes da caverna na qual foi encontrado. Com um tipo diferente de broca, ela perfurou a raiz do dente e coletou cerca de dez miligramas de material.  

Após sequenciar o DNA, a cientista comparou as informações da amostra dentária com os dados genéticos já coletados dos outros denisovanos, do homem de neandertal e dos humanos modernos. “Nós vimos que era mais similar com os genomas mitocondriais dos denisovanos”, falou. “Isso foi interessante porque identificamos outro indivíduo da espécie”.

 

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