Fechar ciclos é meu novo vício
Os últimos meses, semanas, foram verdadeiras provas de resistência para os meus nervos, para os meus músculos que agora, à noite, se contraem como se quisessem se esconder de mim para não precisarem sequer mover mais um dedo. Sonhar alto custa caro, mas nem sempre isso envolve apenas dinheiro.
Esses dias, cheguei a conclusões que já deveriam morar em meu peito faz muito tempo, uma amiga até brincou – finalmente você percebeu isso! – mas, refletindo um pouco, entendi que não, eu não estava pronto no passado para saber e para agir como sei que agora estou. A junção de todos os fatos, desfeitos, lágrimas, sorrisos, tropeços e todas as vezes que tive que erguer a cabeça me ajudaram. Compreendi que, às vezes, precisamos tropeçar para que, com a queda, consigamos ver a vida por outro ângulo.
Eu, que sempre julguei ter certeza do que era melhor para mim, com as mudanças da vida, acabei reaprendendo que tudo aquilo que eu tinha como convicção, no fim das contas, não passava de firmes placas tectônicas que me provocavam abalos sísmicos no coração. Me geravam mais caos do que paz. Me empurravam para precipícios emocionais que, se eu caísse, talvez fossem irreversíveis para a minha felicidade plena.
Mas a vida tem formas tão loucas quanto mágicas de nos guiar pelos caminhos que, realmente, devemos seguir. É como se tudo estivesse combinado, todos os personagens coadjuvantes estivessem ensaiados, com o texto na ponta da língua, e fossem nos guiando pelas cenas sem que percebamos que nós, os que vivemos o teatro da vida, somos os únicos que não fazemos ideia de que, daqui a pouco, as cortinas se abrem para que toda uma plateia aplauda as nossas conquistas.
E, antes de me despedir, quero apenas dizer que – fechar ciclos é meu novo vício. Sempre tive pavor dos pontos finais, mas entendi que eles são muito importantes, principalmente quando sentimos que chegou a hora de recomeçar. E aqui vou eu! De malas prontas para mais uma aventura. Guerreando com a metade de mim que está morrendo de medo, mas firme na convicção de que, se nada sair como nos planos, pelo menos já sei o que não irá funcionar para me fazer feliz – e aí sim posso tentar coisas novas.
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