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Quanto mais franco, melhor


Relacionamentos fracos são proporcionalmente distantes de relacionamentos francos. A diferença é de uma letra e pode parecer clichê dizer, mas quanto mais o diálogo é claro entre pessoas, melhor. Quanto mais abertura existe para que se exponha crises, incômodos e afins, melhor. Quanto mais o outro tem voz e, tão fundamental também, ouvidos atentos… você entendeu.

É por isso que nunca se pode abrir mão de dizer quando algo aperta no sapato. Aquela pedrinha que parece não causar tanto estardalhaço no começo da caminhada vira um tremendo estrago após um certo tempo. Os pés certamente vão reclamar e, tenho certeza, de que o outro vai fazer aquela cara de “ué, mas você não me disse nada antes. Qual o problema agora?”.

O problema é que agora isso se tornou um problema.

Só que isso não quer dizer que se deva fazer um Carnaval por qualquer coisa. Quando tocamos no assunto “incômodo”, estamos falando de situações que te levam a romper o silêncio e quebrar a tranquila monotonia que leva a rotina em seus passos certos para o futuro. Estamos atingindo o nível do bom-senso e exigindo que alguém se pronuncie. Não é só para encher o saco.

Esse limite, claro, é dado por cada um. Há quem estoure por pouco e quem se sujeite a muito. Há quem fale tudo e promova verdadeiras tempestades em copos d’água, sendo marinheiros que atravessam tormentas de poucos centímetros e quem aguente engolir verdadeiros sapos. Sempre digo que o limite aqui é o amor-próprio de cada um, que carrega um alto teor de respeito por si mesmo e diz até onde o outro pode chegar.

Até onde a linha está desenhada.

É certo, então, que conforme o tempo passa e a intimidade aumenta, os dois entendam como funciona o modus operandi de cada. É dessa observação que surge a famosa frase “você tá estranho”, que na maioria das vezes acerta ao notar um comportamento adverso. Aqui, sim, vale demais uma conversa. Franca. Boa. Sem papas na língua. Um relacionamento passado a limpo tem muito mais chance de seguir que um em que a poeira acumula. E depois pesa.

Infinitas Drs não são a saída para um relacionamento feliz, eu sei. Feliz é conseguir encontrar equilíbrio entre os momentos em que é preciso chamar atenção com aqueles em que conseguimos levar tudo no automático. No final das contas, é simples: apertou o sapato, procure saber por quê. Mas investigue, solucione e siga. Simplesmente jogar fora não resolve nada.

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