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Desbravando os lagos de Titã, lua de Saturno

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Ninguém achou tantos vulcões quanto Rosaly Lopes. Ela entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, pela descoberta de 71 estruturas na lua vulcânica Io, de Júpiter, durante a missão Galileo, de 1996 a 2001. Um ano depois, foi transferida para o time da Cassini.

Desde então, suas pesquisas sobre a lua Titã geraram resultados importantes. “Muitos estudos avaliam agora a possibilidade de vida”, diz. Hoje, a gerente da divisão de ciência planetária do JPL dedica só 20% de seu tempo à Cassini. Conversamos com Lopes sobre seu trabalho e sobre o fim da missão.

Como está o clima por aí agora que a Cassini está com os dias contados? Muita nostalgia?

Tanta gente trabalha há tanto tempo na missão... Eu, desde 2002, mas uma colega está desde 1989 (risos). Há certa tristeza pelo time que vai se separar, ainda que tenhamos mais um ano para concluir os relatórios e arquivamentos. Mesmo sendo na madrugada, acompanharemos juntos o mergulho final, inclusive com familiares.

Quais foram os principais resultados de sua pesquisa sobre Titã com os dados da Cassini?

Estudo a distribuição dos terrenos: as dunas estão próximas do Equador, as regiões polares têm muitos lagos. Vemos a importância das chuvas e ventos, como a meteorologia modifica a geologia de Titã. Também achamos montanhas que parecem ter sido formadas por vulcanismo.

Qual é o legado que essa missão deixa para a exploração espacial e para a ciência planetária?

É impressionante. Vimos a superfície de Titã pela primeira vez: encontramos os primeiros lagos de líquido além da Terra. Em Encélado, descobrimos gêiseres e um oceano líquido sob a crosta de gelo. Foram muitas descobertas sobre a atmosfera de Saturno e detalhes dos anéis.

Como se sente por estar no Guinness Book pela descoberta do maior número de vulcões ativos?

Brincavam comigo: “Descobriu outro vulcão, deveria estar no Guinness”. Eu não sabia como entrar, um colega perguntou a um amigo que trabalhava lá. Fizeram uma análise e eu entrei, em 2006. Foi engraçado, mas é uma honra.

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SEM DÚVIDA

Como é que as sondas não colidem com rochas espaciais?

Sávio Normand, via Facebook Live

R: Estejam elas na órbita baixa da Terra, estejam no espaço profundo, vagando por luas e planetas, as sondas espaciais estão sempre sujeitas ao risco de colidir com outros corpos. Sorte a delas que o espaço é enorme, então os objetos costumam ser um bocado dispersos. Isso reduz bastante a chance de impacto. Além disso, é muito mais fácil dar o famoso “dibre” em  rochas grandes ou asteroides: em geral, eles possuem órbitas conhecidas. “Você pode calcular a  trajetória da sonda em função disso e evitar uma colisão”, explica Antonio de Almeida Prado, engenheiro aeroespacial do Inpe. “No caso de partículas menores, é mais 

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