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Entenda a diferença entre a bomba atômica e a bomba de hidrogênio

 (Foto: FLICKR/JEAN-FRANÇOIS GORNET)

 

A Segunda Guerra Mundial foi marcada por bombas atômicas e a destruição causada por elas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.  Mais de 70 anos após o fim do conflito, surge uma nova ameaça: a bomba termonuclear.

Também conhecida como bomba de hidrogênio, o artefato que Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, afirma ter criado ainda é imprevisível, mas o que se sabe é que tem um poder destruidor muito maior que qualquer coisa já vista pela humanidade. “A detonação de um artefato como esse, se ocorrer, pode liberar material radioativo e radiação eletromagnética num nível muito superior ao das bombas lançadas no Japão”, aponta Ítalo Curcio, professor de física da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em entrevista à GALILEU.

Bomba Atômica: Fissão Nuclear
O princípio de uma bomba atômica é a fissão, ou seja, a quebra do núcleo dos átomos. A ideia é simples: como a região nuclear em si já libera muita energia, sua quebra produz ainda mais. O artefato detonado em Hiroshima tinha a mesma potência do que 15 mil dinamites.

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No caso das bombas de Hiroshima e Nagasaki lançadas no Japão no fim da Segunda Guerra Mundial, os elementos utilizados foram o Urânio e o Plutônio. Por serem radioativos, a quebra desses átomos resultou em impactos muito maiores do que apenas a explosão: “Até hoje as consequências são um mistério para nós”, afirma Curcio.

Bomba de Hidrogênio: Fusão Nuclear
O princípio da bomba termonuclear é a fusão nuclear, ou seja, unir os núcleos de dois diferentes átomos, o que gera uma enorme quantidade de energia. Isso porque, segunda explica o professor de física, muito mais força é necessária para se unir duas regiões nucleares do que separá-las.

A ideia é unir dois isótopos de hidrogênio, o deutério e o trítio, o que resultará em um átomo de Hélio, o mesmo processo que ocorre dentro do Sol. “Entretanto, para isso ocorrer uma altíssima temperatura é necessária, que só é alcançada por meio de uma fissão nuclear”, reflete Curcio.

Isso significa que para uma bomba de hidrogênio entrar em ação é preciso executar o mesmo procedimento de uma bomba atômica, mas em menor escala. Por isso, os impactos da detonação de um artefato como esse são um mistério, já que não se sabe quais são as consequências de unir os efeitos da radioatividade dos que podem ser causados por uma bomba termonuclear.

“Em 1952, foi testada a primeira bomba de hidrogênio, que equivalia a 10 milhões de toneladas de dinamite, ou seja, quase mil vezes mais que a bomba de Hiroshima.”, aponta o professor. Hoje, com o desenvolvimento da tecnologia, um artefato muito menor pode trazer consequências muito mais devastadoras: “É possível construir uma bomba que caiba em um míssel e tenha poder militar várias vezes maior que o das bombas lançadas sobre o Japão”.

Sobre a possibilidade de desenvolvimento desse tipo de artefato, o especialista não hesita: “É possível criar uma bomba de hidrogênio, sobre isso não há dúvidas. Mas se Kim Jong-Un está falando a verdade não temos como saber”.

*Com supervisão de Isabela Moreira

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