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Nibiru: tudo sobre o boato da internet e o fim do mundo que nunca chega

 (Foto: Reprodução)

 

Se existem duas coisas que a raça humana aprecia são teorias da conspiração e o apocalipse. A ideia de um planeta em rota de colisão com a Terra, cujos dados estão sendo escondidos pela NASA, é, portanto, uma grande vitória da humanidade. 

É o caso da teoria de Nibiru, um planeta que já teria aparecido em textos sumérios, o povo que habitava a antiga Mesopotâmia — onde hoje fica o Iraque. O corpo celeste estaria localizado além da órbita de Plutão e se aproximaria do Sol a cada 3600 anos. Teoricamente, o planeta estaria prestes a colidir com a Terra e causaria uma catástrofe épica que destruiria toda a civilização.

O que os teóricos da conspiração esqueceram é que a ideia não tem embasamento científico nenhum. "Nibiru e outras histórias de planetas inconstantes são boatos de internet. Não existe base teórica para essas afirmações", enfatizou a NASA, em um anúncio

Os perigos de Nibiru, Planeta X, Hercólubus e outros corpos errantes ressurgem de tempos em tempos para assustar internautas incautos. Foi assim com o fim do mundo em 2012, que até onde se sabe não se realizou — a menos que sejamos todos Bruce Willis em O Sexto Sentido.

Nibiru: a origem
Na verdade, é assim desde a década de 1990: foi quando uma certa Nancy Lieder, que afirma ser uma médium que recebe mensagens de ETs de uma estrela distante, postou em seu blog ZetaTalk que o mundo acabaria em 2003. Lieder dizia que os aliens a alertaram de que um mundo errante, o Planeta X, colidiria com a Terra, fazendo os polos se inverterem e trazendo o apocalipse.

Não demorou até que o astro fosse associado a Nibiru. Este último foi popularizado na década de 1970 pelo escritor Zecharia Sitchin, que jura com unhas e dentes que antigos astronautas alienígenas visitaram a Terra e que o planeta era habitado por seres sensientes que, na última passagem por aqui, modificaram os genes dos humanos primitivos e os escravizaram em busca de ouro.

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Sitchin nunca disse que Nibiru iria colidir com a Terra, e negava qualquer relação, mas Lieder se aproveitou da popularidade desse boato para associar seu Planeta X com o astro imaginário de Sitchin. Assim como o mundo, o hoax também não acabou em 2003: foi sendo adiado indefinidamente.

Continua assim até 2017. Segundo o escritor norte-americano David Meade, autor de Planet X - The 2017 Arrival ("Planeta X - A Chegada de 2017), um novo fim do mundo acontecerá em 23 de setembro deste ano. A ideia, claro, também não tem embasamento científico. 

A ciência explica
"Caso existisse, a essa altura Nibiru já estaria tão próximo da Terra que já seria perfeitamente detectável por telescópios em todo o mundo, inclusive de astrônomos amadores", explica o astrônomo Gustavo Rojas, professor da Universidade Federal de São Carlos e membro da comissão de imprensa da Sociedade Astronômica Brasileira.

"Dependendo de seu tamanho, já poderia estar visível até mesmo a olho nu", afirma o astrônomo, lembrando que planetas como Saturno são facilmente observáveis da Terra, mesmo estando a mais de 1 bilhão de quilômetros de nós — é possível confundí-los com estrelas, mas, diferente dos astros, os planetas não "piscam". 

Além da visibilidade observacional, certamente a esta altura a gravidade de um astro deste porte já teria causado estragos consideráveis nas órbitas dos planetas e corpos menores. Mas, ao que parece, a Terra continua no lugar, assim como Marte, o cinturão de asteroides e nosso guardião planetário, Júpiter.

E, se depender desse fim do mundo que nunca chega e só cria alarmes falsos e pânico desnecessário, ela continuará aqui por muito tempo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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