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Cientista brasileira produz um videoclipe para explicar sua pesquisa

Cena do clipe da pesquisadora Natália Oliveira (Foto: Reprodução/YouTube)

Quem disse que a ciência não é capaz de fazer hits de sucesso? Com uma batida contagiante, coreografia profissional e produção visual impecável, Natália Oliveira é a estrela de um videoclipe para explicar seu trabalho científico. O nome da pesquisa seria digno de capa de álbum de alguma banda alternativa da Escandinávia: "Desenvolvimento de Biossensores para as Ciências Forenses". 

Doutora pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Oliveira é uma das finalistas do prêmio 'Dance Your Ph.D'. Organizado pela revista Science, o concurso elege os melhores cientistas capazes de explicar suas pesquisas a partir da produção de um videoclipe. Após passar por uma fase inicial de seleção, foram escolhidos 53 cientistas que atuam nas áreas de Biologia, Física, Química e Ciências Sociais — única brasileira na disputa, a pesquisadora de 28 anos concorrerá ao prêmio na categoria de Química. 

Dirigido pelo cineasta William Oliveira, o videoclipe explica o funcionamento de um biossensor capaz de identificar fluídos corporais humanos na cena de um crime. Semelhante a um aparelho para a medição de glicose, a tecnologia é capaz de fornecer informações mais precisas aos peritos criminais. "Mesmo que as amostras sejam lavadas com produtos de limpeza, esse dispositivo conseguirá realizar a detecção — hoje, muitas técnicas falham ao entrar em contato com diferentes substâncias", explica Oliveira, que concluiu o Doutorado sobre o tema neste ano. 

Formada em Biologia, a pesquisadora também revelou talentos para além da ciência: ela realizou cursos profissionais de teatro e ingressou na companhia de dança Vogue 4 Recife, que participou do clipe. Após a sugestão feita por seu orientador de doutorado para participar do concurso, Oliveira se reuniu com os artistas para planejar o vídeo em grande estilo. 

"Acertamos como seria a coreografia e em setembro fizemos as gravações em duas tardes, foi bem rápido", afirma. Além do laboratório da universidade, as ruas de Recife Antigo também foram palco do cenário. A música principal foi produzida pelos artistas Eu e a Duplicata, sendo criada exclusivamente para o videoclipe. 

Para escolher o grande vencedor da competição, que realizará uma apresentação em 2018 durante encontro da Associação Americana Para o Avanço da Ciência (AAAS), um time de cientistas e especialistas em dança realizarão a avaliação nos critérios científicos e artísticos. O público, no entanto, também pode votar nos finalistas, elegendo o cientista "favorito da galera". 

Agora, além de seus dons artísticos, Oliveira planeja aprimorar a tecnologia do biossensor junto de outros pesquisadores da UFPE. "Estamos trabalhado para integrar a pesquisa e realizar todo o processo de desenvolvimento do dispostivo, desde a tecnologia de detecção até a fabricação do aparelho." A ciência e a arte, afinal, têm tudo a ver. 

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