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Documentário retrata a vida e a busca de refugiadas por emprego no Brasil

 (Foto: Reprodução)

 

O número alarmante de refugiados vem crescendo a cada ano. Seja por conta de guerras, ditaduras ou precariedade, fato é que as pessoas estão fugindo de seus países de origem — e muitas vezes escolhendo o Brasil como sua nova casa.

Segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), o número de refugiados reconhecidos no país aumentou 12% no país, em 2016, chegando a 9.552 pessoas de 82 nacionalidades.

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Encontrar um novo país pode parecer simples, mas muitos refugiados se deparam com a faltam empregos, principalmente as mulheres. Pensando nisso a organização Rede Brasil do Pacto Global liderou a produção do documentário Recomeços: Sobre Mulheres, Refúgio e Trabalho, que contou as histórias de algumas refugiadas que participam do projeto “Empoderando Refugiadas”.

(Para assistir ao documentário, clique aqui.)

Segundo Fellipe Abreu, que produziu o documentário junto com Thays Prado, as filmagens foram mais fáceis do que imaginavam: “O fato delas já terem participado do projeto e de confiarem nas pessoas de lá facilitou o trabalho. Achávamos que fosse haver resistência principalmente por eu ser homem, mas isso não aconteceu e até nos surpreendemos”, contou em entrevista à GALILEU.

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O filme mostra a história de várias mulheres e relata a tentativa de recriar uma vida profissional após a chegada em um novo país. Jael, por exemplo, se formou em secretariado administrativo no seu país natal, a República Democrática do Congo, mas teve dificuldades de encontrar um emprego. Até que conseguiu ser contratada como oficial de limpeza, com a ajuda do “Empoderando Refugiadas”.

“Não são muitas, mas algumas mulheres ocupam cargos altos e são convidadas pelo Parque Global para dar palestras e inspirar as companheiras. As sírias, por exemplo, são muito empreendedoras e trabalham por conta própria cozinhando para eventos”, disse o produtor.

A grande questão, que inclusive incentivou a criação do filme, é que são muitas as mulheres que ainda precisam de oportunidades. Abreu afirma que o objetivo do documentário era dar voz para essas refugiadas e mostrar que elas são como qualquer outra pessoa. 

“Queremos fazer com que outras empresas se sensibilizem com as histórias delas e deem oportunidades, porque acreditamos que com a independência financeira fica muito mais fácil alcançar a independência em todos os sentidos”, diz.

Mesmo sendo um assunto complicado, os 23 minutos passam uma mensagem positiva e não colocam as refugiadas apenas como vítimas, mas como trabalhadoras, mulheres que tinham uma vida anterior à sua fuga.

“Algumas dessas mulheres estão sozinhas no Brasil, outras não sabem onde estão os filhos. Mas não queríamos centrar nisso, por mais que seja o que grande parte do público queira ver”, diz o produtor, que conclui: “É preciso mostrar que as refugiadas são capazes de trabalhar e viver como qualquer outra mulher”.

*Com supervisão de Nathan Fernandes.

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