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Estudo confirma o impacto das mudanças climáticas na saúde

 em 2015, 803.000 mortes prematuras e evitáveis aconteceram em 21 países asiáticos foram devido a poluição do ar (Foto: Creative Commons/Robert_z_Ziemi)

 

Desde o início do século 19, com a Revolução Industrial, o impacto das ações do homem sobre o clima já provocou um aquecimento médio de mais de 1ºC na Terra. Embora o número ainda não seja suficiente para provocar um cataclisma, já prejudica a vida de milhões de pessoas ao redor do planeta e coloca em risco todos os avanços em saúde pública dos últimos 50 anos. É o que mostra um relatório publicado pela Lancet, uma prestigiada publicação científica de medicina.

Elaborado em contribuição de 24 instituições acadêmicas e organizações intergovernamentais, o Lancet Countdown levanta dados de saúde em todos os continentes, contando com uma equipe que inclui ecologistas, cientistas, economistas, engenheiros e especialistas em comida, transporte, energia e saúde pública.

De acordo com o relatório, uma das principais evidências do impacto da mudança climática são as ondas de calor, cada vez mais intensas e frequentes. Entre 2000 e 2016, 125 milhões de adultos em situação de vulnerabilidade no mundo sofreram com elas. Com, o clima mais quente, as pessoas têm menos resistência ao trabalho, ocasionando uma redução de 5,3% da força mundial de trabalho. Em 2016, tirou mais de 920 mil pessoas em todo mundo da força de trabalho, com 418 mil delas somente na Índia.

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Os desastres relacionados ao clima também estão mais frequentes, com um crescimento de 46% desde 2000. A economia também sobre, com crescentes perdas desde 1990. Em 2016 a economia global perdeu US$ 129 bilhões com eventos relacionados ao clima. O relatório também aponta o aumento de 10% no número de mosquitos da dengue desde 1950 como resultado do aquecimento global.

Os estragos não param por aí, já que, somente em 2015, mais de 803.000 mortes prematuras e evitáveis aconteceram em 21 países asiáticos foram devido a poluição do ar. Mas é na comida o principal impacto. A mudança climática provocou um declínio de 6% na produtividade global do trigo e um declínio de 10% nas safras de arroz. Se tudo continuar assim, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo enfrentarão a necessidade de migrar dentro dos próximos 90 anos devido ao aumento do nível do mar causado pelo colapso da plataforma de gelo.

O Brasil também sofre com as consequências: de acordo com o estudo, o volume médio de partículas finas em suspensão no ar é de 15 ug/m³, enquanto a Organização Mundial de Saúde recomenda que o número não ultrapasse 10 ug/m³. A pior situação fica na pequena cidade de Santa Gertrudes, no interior de São Paulo, considerada a mais poluída do País. São 44 ug/m³ de partículas suspensas, principalmente devido a ação da indústria de cerâmica. 

Para o professor Anthony Costello, co-presidente da Lancet Countdown e um dos diretores da Organização Mundial da Saúde, a situação requer ação imediata. “A mudança climática está acontecendo e hoje é um problema de saúde para milhões em todo o mundo. A perspectiva é desafiadora, mas ainda temos a oportunidade de transformar uma emergência médica iminente no avanço mais significativo para a saúde pública neste século”, afirma. “Precisamos de medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Os benefícios econômicos e de saúde oferecidos são enormes. O custo da inação será contado em perdas evitáveis de vidas em larga escala".

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