Astrônomos "ouvirão" objeto interestelar em busca de vida inteligente
Os astrônomos ainda estão intrigados desde que o telescópio da Universidade do Hawaii descobriu o asteróide Oumuamua passando a 10 mil quilômetros por hora — muito rápido para ser capturado pela gravidade do Sol — em meados de agosto.
Essa trajetória incomum faz parecer que ele foi jogado em nosso sistema solar de alguma altura interestelar, ganhando um impulso que teria um efeito de estilingue, antes de seguir caminho pelo nosso Sistema Solar.
O formato do “primeiro mensageiro” — significado de Oumuamua em havaiano — também chama atenção. Uma agulha gigante, com 800 metros de comprimento por 80 de largura, que gira em torno do seu próprio eixo a cada sete horas e 20 minutos.
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“Pesquisadores trabalhando em transporte espacial de longa distância já haviam sugerido que o formato de agulha é a arquitetura mais provável para uma espaçonave interestrelar”, afirma um comunicado emitido pela Breakthrough Listen, um programa astronômico global que busca evidências de civilizações fora da Terra.
Acreditando na possibilidade do asteróide ser um artefato extraterrestre, o programa vai, a partir desta quarta-feira, às 18h (horário de Brasília), utilizar o telescópio Robert C. Byrd Green Bank para tentar escutar o “primeiro mensageiro”.
A ideia é passar dez horas seguidas com os sensores do telescópio direcionados para o Oumuamua na tentativa de captar algum sinal de rádio que indique não se tratar somente de um gigante pedaço de pedra espacial.
No momento da observação, o objeto estará a uma distância equivalente a duas vezes o trajeto entre a Terra e o Sol. É cerca de 50 vezes mais perto que o artefato humano mais distante, a Voyager 1. Nessa região, o telescópio do Green Bank levaria apenas um minuto para captar uma transmissão com a potência de um celular comum.
Para os pesquisadores, mesmo se nenhum sinal de rádio ou qualquer outra evidência de vida extraterrestre for encontrado, os esforços não serão à toa. É a chance de observar o Oumuamua em espectros de radio ainda não cobertos, além de verificar a possibilidade do objeto carregar água e entender sua composição. Resta aguardar o resultado.
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