Como este físico conseguiu prever a hora de nascimento da filha
“Muito ajuda quem não atrapalha” é uma frase que pode definir bem a importância dos pais nos momentos que antecedem o nascimento de uma criança. Como não estão ligados pelo cordão umbilical com ninguém, o papel dos homens até a hora de dar à luz costuma ser mais motivacional. Tudo o que dá para fazer é oferecer apoio moral para a esposa e ajudá-la no que for preciso — como o fatídico translado até o hospital, por exemplo.
Para certos pais mais irrequietos, no entanto, esse tipo de tarefa mais burocrática não é lá tão atrativo. Fazer algo para passar o tempo, assim, torna-se uma boa ideia. Para se manter fora do caminho da grávida e de sua primogênita, o britânico Steve Mould conseguiu resolveu seguir essa linha, apostando em algo que adora fazer: mexer com números. O resultado, porém, saiu bem melhor que a encomenda. Fazendo um gráfico estatístico detalhado com a ocorrência e duração das contrações da esposa, o pai-cientista conseguiu prever a hora quase exata do nascimento da filha.
Mould é físico formado pela Universidade de Oxford, mas leva a vida como comunicador científico. Foi exatamente em uma de suas apresentações públicas que ele resolveu revelar aquilo que o permitiu conseguir a façanha. “Senhoras e senhores, apresentei a vocês o bebê mais estatisticamente significante que existe, Lyra”, conclui o vídeo, que você pode assistir abaixo.
Para a tarefa de antecipar os médicos e cravar em que momento Lyra viria ao mundo, Mould precisou apenas de um aplicativo para Android, chamado Contractions Timer. O papel do app era simples: quando uma contração se iniciava, o físico tinha de apertar um botão. Quando os movimentos davam um tempo, o pai parava de contar.
Sua função principal, com isso, passou a ser conversar constantemente com sua esposa sobre as dores que ela sentia. “Está tendo uma contração agora, querida? Você precisa me falar, se não, não irá funcionar”, brinca, ao contar sobre seu método. Não era exagero: estar sempre atualizando seu banco de dados era importante para chegar o mais próximo possível da perfeição.
O físico exportou as informações que coletara para um computador, e assim, conseguiu gerar um gráfico no Excel em seu laptop — que, claro, levou junto até o hospital. Sabe-se que, normalmente, quanto mais perto de dar à luz uma mulher está, mais demoradas costumam ser suas contrações. E, à medida que as contrações vão ficando mais regulares, mais previsíveis, a margem para erros diminui — ou o desvio padrão fica menor, para usar uma linguagem mais estatística.
Tudo isso permitiu uma análise relativamente precisa: desprezando os resultados muito próximos entre si ou muito distantes, conseguiu-se encontrar um ponto de convergência. E ele aconteceria às 20h55 da noite. Ou seja, essa seria a hora do nascimento da criança.
No fim das contas, Mould acabou errando as contas por um minuto: Lyra veio ao mundo às 20h54, em algum momento de 2015. Este ano, com o nascimento do segundo filho, o pai repetiu a mesma técnica. O menino Aster teve sua estreia às 18h15, como estimado pelo cientista — sem nem fazer ideia de que, desde o útero, já tinha seus passos acompanhados com rigor matemático.
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