Assédio sexual no trabalho pode causar depressão severa, mostra estudo
Em outubro de 2017 a reportagem do New Yorker divulgou o caso de Harvey Weinstein, fundador da produtora Weinstein Co., com vários Oscars no currículo. Ele foi denunciado por diversas artistas e ex-funcionárias, dentre elas as atrizes Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, por assédio sexual.
Casos de mais de 20 anos vieram a tona, pois até então as mulheres se sentiam intimidadas de acusar alguém tão influente quanto Weinstein. Infelizmente, situações como essa não são incomuns no mercado de trabalho, o que inspirou uma pesquisa envolvendo 7603 funcionários de mais de 1041 organizações na Dinamarca.
Segundo o estudo realizado pelo Centro Nacional para o Ambiente de Trabalho, na Dinamarca, funcionários que sofreram assédio sexual de supervisores, colegas ou subordinados no local de trabalho podem desenvolver sintomas de depressão mais severos do que quem foi abusado por clientes.
A especialista Ida Elisabeth Huitfeldt Madsen ficou surpresa ao ver as diferenças entre os efeitos do assédio por clientes em comparação com o feito por outros funcionários. "Pesquisas anteriores mostraram um maior risco da doença a longo prazo por funcionários expostos ao assédio sexual feitos por um colega, supervisor ou subordinado; mas um grande risco nem sempre foi encontrado em associação com o abuso de clientes", disse no anúncio da pesquisa.
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Os pesquisadores descobriram que, em comparação com quem não foi exposto ao assédio sexual, os funcionários assediados por clientes ficaram com 2,05 pontos a mais no Inventário de Depressão Principal (MDI) — questionário que gera um diagnóstico de depressão junto com uma estimativa da gravidade dos sintomas. Já os empregados assediados por um colega, supervisor ou subordinado obtiveram 2,45 pontos de a mais que os outros.
Levando em consideração apenas a depressão, os cientistas descobriram que o comportamento abusivo dos colegas de trabalho está mais associado com quadros mais severos da doença. Entretanto, os autores do estudo afirmam que também é importante investigar assédios provenientes dos clientes: "Nossas descobertas sugerem que o assédio sexual de clientes [também] tem consequências adversas e não deve ser normalizado ou ignorado", argumenta Madsen.
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