Brasileiros ajudam a descobrir anel em planeta anão do Sistema Solar
Uma equipe internacional de astrônomos, entre os quais alguns brasileiros, encontrou um anel em Haumea, planeta anão do cinturão de Kuiper, no limite do Sistema Solar.
É a primeira descoberta de anel em planetas da população transnetuniana, que estão além de Netuno.
Segundo a pesquisa publicada na revista Nature, o anel está localizado no plano equatorial do Haumea, assim como seu satélite Hi’iaka. As partículas do anel têm o raio orbital em torno de 2.287 km e largura de 70 km.
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Além de determinar a existência do anel, o estudo indicou o tamanho, forma e densidade de Haumea. Ele é bem rápido, levando cerca de 3,9 horas para completar uma volta em seu eixo. Por isso, os pesquisadores acreditam que sua velocidade tenha causado alguma colisão que desencadeou a formação do anel. A rapidez também faz com que ele tenha o formato similar de uma bola de rugby.
Haumea está a 7,4 bilhões de km, e leva 284 anos terrestres para completar uma órbita ao redor do Sol.
O planeta não apresenta atmosfera e suas dimensões são 2.322 x 1.704 x 1.026 km. No vídeo, é possível ver a comparação entre os tamanhos de seus planetas "vizinhos" Chariklo e Plutão.
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Para o estudo, foram utilizados 12 telescópios, divididos em 10 diferentes observatórios na Alemanha, Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Itália e República Tcheca. A observação começou em 21 de janeiro de 2017, quando os pesquisadores estimaram que Haumea passaria na frente da estrela URAT1 533-182543.
O método utilizado foi o de ocultações estelares. Ou seja, a passagem dele na frente da estrela resultaria em um "pequeno eclipse".
A pesquisa foi liderada pelo espanhol José Luis Ortiz, astrônomo do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (IAA-CSIC). Os brasileiros integrantes são Gustavo Benedetti Rossi, Roberto Vieira Martins e Julio I. B. Camargo, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro; Marcelo Assafin, do Observatório do Valongo (UFRJ); e Felipe Braga Ribas, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR). Todos são filiados ao Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA).
Confira no vídeo uma representação artística de Haumea.
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