Inteligência artificial ajudará a combater o suicídio
O suicídio é a quarta maior causa de morte em jovens entre 15 a 29 anos no Brasil. Nos Estados Unidos é a segunda. Os números preocupam e levam à busca de alternativas para tentar evitar que pessoas retirem a própria vida. A inteligência artificial é a aposta da vez. Um estudo publicado na Nature Human Behavior mostra que a máquina já consegue identificar pessoas com tendências suicidas em 91% dos casos.
Para isso, reuniram, um grupo de 34 jovens adultos, sendo metade identificados com propensão ao suicídio, e metade um grupo de controle. Monitorados por um equipamento de imagem por ressonância magnética funcional (fMRI), foram expostos a dez palavras divididas em três grupos: as de suicídio, como "morte" e "aborrecido"; as de efeito positivo, como "gentileza" e "inocênci"a; e de efeitos negativos, como "maldoso" e "culpado".
Os pesquisadores então combinaram as imagens do fMRI com as áreas do cérebro ligadas a sentimentos como vergonha e raiva. Assim definiram cinco partes do cérebro que serviriam como marcadores para diferenciar os suicidas do grupo de controle, e definiram as palavras “morte”, “crueldade”, “problema”, “despreocupado”, “bom” e “elogio” como as que mais causaram reações. Bastou então jogar essas informações na máquina e deixá-la fazer seu trabalho.
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A inteligência artificial conseguiu identificar 15 dos 17 pacientes suicidas e 16 do grupo de controle. Depois os suicidas foram divididos entre os que já tentaram suicídio e os que tinham tendências. O computador acertou quem é quem em 16 dos 17 pacientes.
Essa não é a única iniciativa do tipo. Ainda no início do ano, pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida, forneceram os dados médicos de 2 milhões de pacientes para a inteligência artificial, que foi treinada para aprender quais combinações de fatores, como os remédios que toma e número de veze que vai ao médico, podem indicar uma possível tentativa de suicídio. Os algoritmos acertaram em mais de 80% dos casos.
Até o Facebook entrou nessa, principalmente depois que pessoas começaram a transmitir seu próprio suicídio em transmissões ao vivo pela rede social. A rede social anunciou que está treinando suas máquinas para reconhecer padrões de texto que indiquem que aquele usuário pode cometer um suicídio. A eficácia, porém, ainda não foi comprovada.
A iniciativa é importante, já que psiquiatras têm dificuldade de identificar quem realmente pode tirar a própria vida. Aproximadamente 80% dos pacientes que cometem suicídio negam essa intenção em seu último contato com seus médicos.
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