Corpos de naufrágio de 400 anos são encontrados na Austrália
Pesquisadores descobriram um túmulo que contém os restos de cinco indivíduos que podem ou não ter sobrevivido ao naufrágio do Batavia — um navio mercante holandês que encalhou em uma pequena ilha de coral a cerca de 60 quilômetros da costa oeste australiana, em 1629.
Das 341 pessoas listadas a bordo, cerca de 60 foram perdidas no naufrágio e mais de 280 sobreviventes sobreviventes chegaram à Ilha de Beacon, hoje apelidada de "Ilha do Assassinato" ou "Cemitério de Batavia".
Os cinco corpos encontrados enterrados em uma sepultura comum, são a última descoberta do esforço contínuo de alguns especialistas para descobrir mais sobre os eventos que cercam o incidente fatal.
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"Um total de 10 indivíduos foram descobertos em uma parte central da Ilha de Beacon nos últimos três anos, durante o nosso projeto de pesquisa, fornecendo informações valiosas sobre os eventos após o naufrágio da Batavia", afirmou o antropólogo Daniel Franklin, da Universidade de Western Austrália, em comunicado.
O naufrágio do Batavia
O destino trágico do Batavia parecia já estar celado assim que partiu dos Países Baixos, em meados de 1629, com destino a Jacarta, na Indonésia.
Pouco depois de partir, o navio se perdeu do comboio que fazia parte em uma violenta tempestade no Mar do Norte, mas as condições pioraram ainda mais quando o comandante percebeu um estresse entre os passageiros do Batavia.
Depois que o Batavia encalhou, a tripulação espalhou-se pelas ilhas rasas que compõem a cadeia Houtman Abrolhos, mas havia pouca água fresca e a situação estava piorando.
O pior ocorreu quando Jeronimus Cornelisz, terceiro no comando do navio, enganou os soldados abordo e organizou um massacre entre os sobreviventes da tragédia.
Algumas mulheres foram poupadas para serem estupradas pela tripulação, mas acredita-se que cerca de 115 pessoas (incluindo crianças) foram mortas a mando de Cornelisz.
Contudo, os corpos encontrados recentemente não parecem ter pertencido a vítimas de assassinato: "O enterro comunal descoberto sugere algo cuidadoso e respeitoso, e não o trabalho apressado de esconder as vítimas de assassinato", alega Alistair Paterson, parte da equipe.
Em colaboração com pesquisadores da Holanda, a equipe está examinando quem eram esses indivíduo: "As análises isotópicas estão nos permitindo determinar de onde essas pessoas se originaram", disse a arqueólogo Liesbeth Smits, da Universidade de Amsterdã.
"Surpreendentemente, muitos deles não vieram da Holanda, mas se moveram para se unirem aos navios da Dutch East India Company".
(Com informações de Science Alert.)
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