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Inteligência artificial tenta traduzir idioma das galinhas

Conversa das galinhas antes da Inteligência artificial. (Foto: Divulgação / ABCCriança)

 

Quase todos os dias a ciência anuncia um novo uso para a inteligência artificial. Ela decifra imagens, escreve artigos cientificos, combate o suicídio, joga jogos de tabuleiro, vai para a guerra, já ganhou cidadania saudita e até se reproduz.

Por essa, porém, nem os maiores visionários, como Stephen Hawking e Elon Musk, poderiam prever: está traduzindo as galinhas.

Já faz cinco anos que um grupo de pesquisadores da Universidade da Geórgia e do Instituto de Tecnologia da Geórgia, comandados pelo engenheiro Wayne Daley, trabalham em formas de ajudar fazendeiros a utilizar as informações de uma granja para melhorar a produtividade.

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Para isso, expuseram grupos de seis a 12 galinhas a situações estressantes, como altas temperaturas, aumento do nível de amônia no ar e infecções virais leves, e utilizaram microfones para gravar as “reclamações” delas.

Depois jogaram o áudio em um programa de aprendizado de máquina, com a recomendação de distinguir os ruídos das galinhas contentes e das estressadas.

O trabalho de Wayne ainda está no começo. Até agora o software consegue apenas detectar se as galinhas estão desconfortáveis por questões térmicas, ou se estão com alguma infecção respiratória.

"Muitos fazendeiros dizem que podem ouvir quando algo está errado, mas eles não podem nos dizer exatamente como eles sabem disso", afirmou Daley, ao site do Scientific American. "Há muita sutileza. Estamos aprendendo que há mudanças na freqüência dos sons e dos níveis - a amplitude ou a intensidade - que as máquinas podem capturar”.

Não é a primeira vez que alguém se dedica a interpretar o idioma galináceo. Entre 1950 e 1980, ornitólogos da Universidade da Califórnia,  Nicholas e Elsie Collias, catalogaram mais 24 vocalizações de galinhas e seus prováveis significados com base em suas observações.

Na década de 90, pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália, avançaram na área com experiências controladas. 

Descobriram que a comunicação é mais complexa do que se imaginada. Por exemplo, se um galo avista um predador, ele só grita para avisar os outros se estiver perto de alguma galinha. Se tiver só entre machos, ele fica quietinho. Se estiver protegido a gritaria também é muito maior.

Agora, o time de Daley quer treinar a máquina para reconhecer ainda mais variações de sons, expondo os animais a outras situações, como limite ao acesso à água e à comida. Quando concluída, a tecnologia vai facilitar a vida de granjeiros, com mais informações sobre o bem-estar das aves, e das galinhas, com a certeza de que sua voz enfim será ouvida.

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